"Não teremos um sólido, sustentável e saudável crescimento económico se não resolvermos e se não atacarmos, de forma muito comprometida, a questão da corrupção no nosso país. Este é um dos grandes desafios para a justiça e do qual depende podermos crescer de forma diferente e num ambiente diferente", disse Assunção Cristas.
A líder do CDS-PP falava no Porto, numa conferência organizada pelo Jornal de Notícias com o título "Portugal ao espelho", tendo centrado o seu discurso na "importância das pessoas", salientando que "o foco da política deve estar nas pessoas".
"No CDS, entendemos que as pessoas existem antes do Estado e antes de tantas outras coisas e têm de estar no nosso centro e no centro da política e estar no centro das políticas significa prestar os melhores serviços e os melhores cuidados", referiu.
Assunção Cristas disse defender "uma organização do Estado num formato de Estado social em parceria" e finalizou sintetizando os tópicos que pensa serem os que marcarão Portugal no futuro.
"Democracia, alterações climáticas e território, economia e Estado Social de parceria parecem-nos bons tópicos para prepararmos um futuro diferente para o nosso país, um país onde as pessoas, o centro da política, podem sonhar, desenvolver e concretizar os seus sonhos de vida", concluiu.
Antes, no início do seu discurso, Assunção Cristas lamentou que "Portugal tenha, desde meados da década de 1960, uma demografia em queda".
"Portugal tem neste momento um dos índices de fecundidade mais baixos não só da Europa, mas também do mundo. Se nada for invertido, teremos uma população mais envelhecida com tudo o que isso traz ao nível da saúde e alguma perda de capacidade de risco e de energia propulsora da sociedade. Não há uma receita mágica, mas os países que inverteram quedas demográficas sugerem-nos políticas na área da fiscalidade, nas licenças e direitos laborais, articulação de trabalho na família e partilha de cuidados às crianças", sustentou.
Outro dos temas que marcou a intervenção da líder do CDS-PP prendeu-se com a "mitigação das alterações climáticas", tendo Cristas partido de uma abordagem a causas e soluções para a certeza de que "Portugal deve ambicionar ser líder na agenda global azul" porque, disse, "além do património que é o mar, tem ferramentas legislativas e de estratégia nacional para conseguir isso".
"No mar temos desafios enormes. 97% do território português é mar. Temos desafios enormes como o que nos afeta a orla costeira. Em terra temos o desafio de coesão territorial", referiu para partir para outro tema, o da economia digital.
Assunção Cristas defendeu uma fiscalidade adequada, criticando que Portugal tenha a fiscalidade "mais alta de sempre", exemplificando que "o país tem um IRC só superado por França no espaço europeu", pelo que, salientou, "são necessárias baixas de impostos".
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