"Folgo em saber que o senhor primeiro-ministro, finalmente, parece querer acordar para a dívida. O CDS nos dois últimos anos tem sinalizado uma preocupação de termos uma dívida muito elevada e de o Governo não ter estado a cumprir com os objetivos a que se tinha proposto", afirmou Assunção Cristas.
A líder centrista, que reagia à declaração do primeiro-ministro, António Costa, de que Portugal vai começar a reduzir a sua dívida pública "a partir de outubro", argumentou que esta é "uma matéria na qual não tem havido ação consiste nem preocupação da parte do Governo".
"Logo no primeiro Orçamento do Estado o objetivo era chegar ao final do ano com 124% de dívida, estamos acima dos 130% e o PIB [Produto Interno Bruto] cresceu. Quer dizer que em termos globais temos mais dívida e em termos de percentagem também", declarou, no final da apresentação da lista à freguesia de Belém, em Lisboa, no âmbito da sua candidatura à Câmara da capital liderando a coligação "Pela Nossa Lisboa" (CDS-PP/MPT/PPM).
Assunção Cristas responsabilizou também o Governo de António Costa pelo regresso a "práticas muito perigosas" como as dívidas no sector da saúde, que têm "impacto direto" na prestação de cuidados aos doentes.
"Há cirurgias em atraso porque há faturas por pagar", sublinhou.
António Costa declarou hoje que Portugal vai começar a reduzir a sua dívida pública "a partir de outubro", indicador que, aliado à descida do défice, sustenta o caminho de recuperação económica do país.
"Estamos a conseguir reduzir o défice e vamos começar a reduzir a dívida a partir de outubro. É a esta trajetória que temos de dar continuidade, e para darmos continuidade precisamos de dar força à mudança política que fizemos há dois anos", vincou Costa, falando em Trancoso, como secretário-geral do PS, perante dezenas de socialistas presentes na abertura da sede de campanha do candidato autárquico local.
O chefe do Governo e líder do PS diz ser "preciso dar força" aos socialistas para ser prosseguida "esta mudança de política".
"Os resultados têm sido bons, mas temos de fazer mais para serem melhores e sustentáveis", advogou, antes de pedir que seja dada continuidade ao trabalho iniciado "nesta legislatura" nas legislativas de 2019.
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