A líder do CDS esteve hoje à tarde em Paris para apresentar a candidata do partido para o círculo da Europa nas legislativas, a lusodescendente Melissa da Silva, e comentou a crise política em Portugal.
“[O primeiro-ministro] Entendeu que o servia do ponto de vista eleitoral criar uma crise política e estará a procurar retirar dividendos desta crise. Isto não desfoca o CDS de se opor a um primeiro-ministro que gosta de ser muito habilidoso, mas não é certamente um estadista, porque se fosse não criava uma crise política do nada”, afirmou Assunção Cristas em declarações aos jornalistas.
A centrista reforçou que o seu partido votou pela reposição integral do tempo de serviço dos professores, mas dentro de determinados critérios: “O CDS não aceita que haja funcionários tratados de uma forma e outros de outra, que era o caso das carreiras especiais onde estão incluídos os professores. Mas votou também que a reposição tinha de ter em conta vários critérios, à cabeça o crescimento económico”, disse a líder partidária.
Caso esses critérios não estejam reunidos, Assunção Cristas admite recuar. “[Sem crescimento económico] O CDS vai certamente recolocar a questão das nossas condições, como é evidente, porque uma coisa não vale sem a outra. O que ficou aprovado como mínimo denominador comum é um mandato para negociar, que tem de ser concretizado”, adicionou.
O parlamento aprovou na quinta-feira na especialidade uma alteração ao decreto do Governo, com os votos contra do PS e o apoio de todas as outras forças políticas, estipulando que o tempo de serviço a recuperar são os nove anos, quatro meses e dois dias reivindicados pelos sindicatos docentes.
Após uma reunião extraordinária do ‘núcleo duro’ do Governo e uma audiência com o Presidente da República, o primeiro-ministro, António Costa anunciou na sexta-feira que comunicou a Marcelo Rebelo de Sousa que o Governo se demite caso a contabilização total do tempo de serviço dos professores for aprovada em votação final global.
Ao lado da candidata do CDS pelo círculo da Europa, Assunção Cristas indicou hoje que a escolha de uma lusodescendente surgiu porque o partido queria “alguém que fizesse parte da comunidade” para representar os emigrantes.
Já Melissa da Silva, lusodescendente de 26 anos, disse que a prioridade é levar mais portugueses em França às urnas e dar aos mais jovens uma identidade portuguesa.
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