Falando após visitar o Hospital de Aveiro, “que não tem investimento relevante deste o Euro”, Assunção Cristas afirmou a preocupação do CDS com “uma dívida pública muito elevada, a um juro de 4,2%, muito distante da Espanha, quando no governo anterior as melhores emissões foram de 2,6%”.
“Estamos preocupados. Certamente que a consolidação orçamental é relevante mas é preciso ver como é que essa consolidação é feita, e o que vemos é uma grande degradação de serviços públicos como por exemplo os constrangimentos na saúde e na área da educação”, disse.
Para a líder do CDS, a evolução do défice não deve ser analisada isoladamente, como o passado o demonstrou: “quando me falam das questões sem as interligar, recordo-me sempre do ano de 2008, em que o então primeiro-ministro José Sócrates se vangloriava de ter um défice de 2,8%, o melhor défice da democracia portuguesa, e dois anos e meio depois o país estava no resgate financeiro”.
Para Assunção Cristas, “o governo tem de trabalhar mais e melhor e perceber que as decisões que toma em várias áreas têm impactos diretos, no desenvolvimento do país, no crescimento económico, e nas condições financeiras”.
“Dizia-se que a mudança para as 35 horas ia correr muito bem, e como se vê aqui no Hospital de Aveiro tem impactos concretos. Ouvimos a necessidade que o Hospital teve de fazer ajustamentos, contratando mais gente e aumentando os custos, e quando não conseguiu compensar, aumentou as horas extraordinárias onerando mais o seu orçamento”, exemplificou.
A líder do CDS-PP aproveitou para realçar a necessidade de “garantir estabilidade nas políticas laborais, que foram uma reforma estrutural do anterior governo”.
“O governo anterior cessou funções em 2015 deixando a economia do país a crescer 1,6%. Este governo entrou em funções reclamando para si um impulso grande ao crescimento económico e criticando o anterior por ter tido um crescimento fraco, prometendo um crescimento de 2,4%. Não vemos esse crescimento acontecer em 2016, que terá um crescimento modesto e abaixo de 1,6% deixado pelo governo anterior e as perspetivas que há no Orçamento de Estado são de 1,5%, o que é para nós muito pouco para a necessidade do país”, criticou.
Assunção Cristas concluiu lembrando “as promessas de António Costa e da sua equipa”, de que haveria um crescimento económico de 2,4% em 2016 e de 3,1 em 2017″.
[Notícia corrigida às 13h23. Corrige no penúltimo parágrafo a citação de Assunção Cristas, ao referir-se ao ano da cessação de funções do anterior governo - 2015 e não 2013]
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