Ren Zhiqiang deixou de ser visto em público, em março, depois de ter publicado um ensaio na Internet, no qual se referiu ao chefe de Estado chinês e secretário geral do Partido Comunista da China (PCC) como um "palhaço que vai nu", mas "determinado a passar por imperador".
Sob a direção de Xi, o PCC voltou a penetrar na vida política, social e económica da China, enquanto o poder se centrou na sua figura, abdicando do processo de consulta coletiva estipulado por Deng Xiaoping, o arquiteto-chefe das reformas económicas que abriram a China ao mundo nos anos 1980.
Dezenas de jornalistas, defensores dos direitos humanos e laborais foram condenados à prisão, num esforço para reprimir a sociedade civil.
Ren, de 69 anos, foi condenado por corrupção, suborno, desvio de fundos públicos e abuso de poder, anunciou o Tribunal Popular Intermédio n.º 2 de Pequim, através da sua conta oficial nas redes sociais.
O milionário disse que não vai apelar da sentença, segundo o mesmo comunicado.
O ex-presidente do Huayuan Group, uma das maiores construtoras da China, foi expulso do Partido Comunista em julho.
Num comentário difundido 'online', antes de ser censurado, em fevereiro passado, Ren considerou que a crise de saúde pública constituiu uma "crise de governação" e criticou a falta de liberdade de imprensa e de expressão no país asiático.
Ren criticou a propaganda do regime, que retrata Xi Jinping e outros líderes como os salvadores da China, sem mencionar como o surto começou ou possíveis erros, incluindo a supressão de informação crucial no estágio inicial.
Ren teve um início de carreira nas forças armadas chinesas e os seus pais foram ambos altos quadros do Partido Comunista.
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