“Começámos o segundo dia da operação de transferência de detidos”, anunciou o CICV na sua conta na rede social Twitter.

Na sexta-feira, um primeiro voo com 125 pessoas deixou Áden, sede do Governo reconhecido do Iémen, em direção a Sana, capital do país, sob controlo dos rebeldes, enquanto outras 35 pessoas faziam o trajeto inverso. Pouco depois, outras 124 pessoas foram transferidas de Áden para Sana e 34 seguiram na direção oposta.

A troca de prisioneiros, que inclui a troca de aproximadamente 900 pessoas, começou na sexta-feira, com vários dias de atraso, após um acordo alcançado a 20 de março na capital suíça, Berna, numa reunião copresidida pelo CICV e em que participou o enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para o Iémen, Hans Grundberg.

No passado dia 08 de abril, uma delegação da Arábia Saudita e de Omã chegou a Sana para discutir com os líderes dos rebeldes huthis a possibilidade de iniciar um processo de paz, tendo estas negociações permitido a troca de prisioneiros agora realizada.

O Iémen é palco de um conflito desde 2015 entre o Governo, apoiado pela Arábia Saudita, e os rebeldes huthis, apoiados pelo Irão e que conquistaram grandes porções do território do país, incluindo a capital Sana.

A guerra no Iémen levou o país à pior catástrofe humanitária da atualidade, segundo as Nações Unidas. Mais de 21 milhões de iemenitas [dois terços da população] precisarão de ajuda humanitária este ano e 17 milhões destes precisarão recebê-la com urgência para sobreviver.

O conflito provocou quase 380.000 mortos, seja pelos combates ou pela fome e doenças, e quatro milhões de deslocados, segundo dados levantados pelas agências da ONU.