Depois de ter desistido de chegar a Mariupol na sexta-feira, por razões de segurança, o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), anunciou que tentaria novamente hoje “facilitar a passagem segura de civis de Mariupol”.

Mas para que a operação seja bem-sucedida, é essencial que as partes respeitem os acordos e forneçam as condições e garantias de segurança necessárias, sublinhou o CICV.

Hoje, sete corredores humanitários foram planeados no leste e sudeste do país, declarou hoje, através da rede social Telegram, a primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.

A vice-primeira-ministra ucraniana anunciou que um dos corredores se destina a permitir a retirada de civis em automóveis particulares de Mariupol, no sul do país, para a cidade de Zaporijia, sob controlo ucraniano.

Outro corredor será aberto de Berdyansk, ocupado por tropas russas, também para Zaporijia, em autocarros e veículos particulares.

As outras cidades das quais se pretende retirar civis são Rubizhne, Nishnye, Severodonetsk, Popasna e Lysychansk, em todos os casos com destino a Bakhmut, em Donetsk.

Nesta sexta-feira, mais de três mil pessoas, no Mar de Azov, puderam deixar a região de Mariupol, anunciou à noite o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Mariupol, localizada às margens do Mar de Azov, continua a ser um centro nevrálgico e a situação humanitária na região é catastrófica. Após semanas de bombardeamentos, as autoridades locais relataram que morreram pelo menos 5.000 moradores. Cerca de 160.000 pessoas ainda estão presas nesta cidade.

As forças russas, que diminuíram os ataques sobre a capital Kiev e Chernigiv, outra cidade sitiada ao norte, estão a reagrupar-se para se concentrar no leste da Ucrânia, antecipando “ataques poderosos”, em particular em Mariupol, segundo o Presidente Zelensky.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.