“Continuem a fazer este magnífico trabalho, numa casa que ficou lindíssima, e que, de alguma forma, é uma homenagem àquilo que são os momentos difíceis. O Serviço Nacional de Saúde [SNS] não dá só resposta a nascimentos e a curas, responde também aos momentos em que a vida termina”, disse Marta Temido.
A ministra da Saúde realçou que o pretendido é que o momento da morte “seja vivido com dignidade, com humanismo e com conforto, porque a vida é tudo isto”.
Lembrando que a unidade de cuidados paliativos é a primeira no distrito de Leiria, território ao qual vai dar resposta, a governante espera que a “articulação com a equipa intra-hospitalar de cuidados paliativos seja cada vez mais reforçada”.
Durante uma breve apresentação da unidade de cuidados paliativos, a diretora do serviço, Catarina Faria, referiu que este “é um sonho tornado realidade”, porque a equipa tinha de se “despedir dos doentes quando tinham necessidades paliativas complexas e necessitavam de internamento”.
“Faltava-nos esta valência de ter os doentes connosco até ao fim enquanto precisam. O nosso objetivo é continuar a tratar do doente e da família, com necessidades paliativas complexas e também, quando estão a morrer, dar-lhes dignidade”, frisou a médica.
Catarina Faria revelou ainda que o próximo passo será garantir uma equipa domiciliária de cuidados paliativos em Leiria.
“Candidatámo-nos à Fundação La Caixa para este programa. Se não acontecer, iremos encontrar uma solução para que isto aconteça em Leiria, que é uma lacuna muito grande”, disse.
Marta Temido admitiu que a tutela poderá apoiar o projeto, caso a candidatura não seja selecionada.
“Se não for pela Fundação La Caixa, que seja por outras respostas que consigamos arranjar e para as quais tenho o apoio do Ministério da Saúde e de toda a equipa governamental”, afirmou.
Para Licínio de Carvalho, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Leiria, que integra o hospital de Alcobaça, a unidade de cuidados paliativos vai “conferir acrescida dignidade assistencial a doentes altamente vulneráveis”, que passam a ter uma resposta “multidisciplinar com elevada preparação técnica e grande sensibilidade para a humanização dos cuidados, assegurando aos doentes ‘vida até ao fim’”.
A presença da ministra em Alcobaça serviu ainda para assinalar a entrada em funcionamento da ambulância de suporte imediato de vida (SIV) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) no hospital local Bernardino Lopes de Oliveira.
“Sabemos que as 42 SIV que temos pelo país têm uma resposta diária, cada uma delas, que ronda os 250 acionamentos e que desde a data em que foram criadas tiveram mais de 400 mil acionamentos. São muitas vidas salvas, são naturalmente algumas vidas perdidas, mas é sobretudo o trabalho de muitos homens e mulheres a favor de um socorro aos outros”, salientou ainda a governante.
Segundo Licínio de Carvalho, a SIV era “uma aspiração há muito identificada e desejada pela comunidade e, claramente interpretada pelo executivo municipal”.
“Trata-se de um novo serviço extremamente importante, preenchendo uma lacuna assistencial que o SNS tinha nesta região e neste distrito”, destacou.
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