No estudo, publicado no número de setembro da revista Proteste, aponta-se os riscos para a saúde de tanto peso a que estão sujeitos corpos cujos ossos ainda estão a formar-se, nas idades entre os 10 e os 13 anos.
O caso mais extremo de excesso de peso encontrado foi o de um rapaz de 11 anos que transportava 11 quilos, mais de um terço do seu peso corporal, o que é três vezes mais do que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde.
A Deco vai pedir uma audiência à comissão parlamentar de Educação e Saúde, a quem enviará os resultados do estudo.
Uma petição com 48 mil assinaturas pedindo medidas para reduzir o peso das mochilas está já a ser analisada na comissão.
A investigação, conduzida em março deste ano, centrou-se em 174 alunos, 66% dos quais tinham peso a mais nas mochilas, percentagem superior aos 53% encontrados no estudo semelhante anterior, feito em 2003.
As cargas mais intensas, representando 20% do peso corporal de quem as carrega, também são mais frequentes: aumentaram de 4,5% em 2003 para 16% este ano.
Para além dos livros necessários a cada disciplina, alguns dos quais com muito pouco uso, o que enche as mochilas são cadernos, dossiês, estojos, carteiras, chaves, roupa e calçado para Educação Física, enumera um aluno entrevistado pela Proteste.
Este peso é carregado durante todo o dia várias vezes por alunos sujeitos a uma carga horária que pode chegar a nove horas, sem contar com o percurso entre a casa e a escola.
A Deco apela à tutela, às editoras e às escolas, defendendo medidas como mais conteúdo digital na educação, livros em fascículos ou instalação de cacifos.
Aos pais, pede-se um olhar atento para distinguir o que é mesmo necessário nas mochilas, que devem ir à balança antes de saírem de casa.
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