Do total das 460 mil reclamações e pedidos de informação, 45.515 foram sobre telecomunicações, a maioria por causa de prazos de fidelização e refidelização, e 27.708 sobre energia e água, sendo as dificuldades no âmbito da faturação o principal motivo, seja por falta de envio da mesma, por cobrança de consumos prescritos ou por dupla faturação.
O terceiro setor mais reclamado à Deco em 2016 foi o da compra e venda, com 27.430 queixas, sendo a maioria das queixas devido a falta ou atraso na entrega dos produtos, recusa de cancelamento da compra no prazo de reflexão e falta de reembolso quando se desiste da compra.
“As estatísticas dão-nos razão e mostram por que razão estamos sempre a bater na mesma tecla, mas o problema da fidelização nas telecomunicações é o motivo que leva os consumidores a reclamar mais”, comentou Paulo Fonseca, da Deco, à Lusa.
O jurista lembrou que a nova lei que obrigou as empresas de telecomunicações a oferecem serviços sem fidelização permitia ao consumidor ter mais confiança no mercado, mas na sua opinião os operadores “destruíram essa possibilidade” quando decidiram penalizar os clientes que não optam pela fidelização.
“As reclamações de 2015 incluíram queixas temáticas, como a devolução das cauções, superior a 100 mil queixas, e a petição sobre a fidelização de serviços de telecomunicações. Fora isso, estamos numa situação de continuidade … dos problemas, dos números, dos setores mais reclamados”, explicou Paulo Fonseca.
Em 2014, a Deco recebeu quase 550 mil queixas de consumidores, mais 9,5% do que em 2013, tendo sido o setor das telecomunicações, com quase 60 mil reclamações, o mais reclamado, também devido a problemas de dupla faturação, práticas agressivas ou enganosas dos comerciais, publicidade enganosa e a fidelização.
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