Segundo disse à agência Lusa o porta-voz da Autoridade Marítima Nacional (AMN), Fernando Pereira da Fonseca, “o navio começou a flutuar por volta das 02:30, apanhou uma cota mais profunda, na ordem dos seis metros, e o rebocador fez o puxão final nessa altura”.
“A empresa que está a fazer o desencalhe achou que o rebocador de grande envergadura já não fazia sentido, porque o trem de reboque que estava passado tinha quase dois quilómetros de comprimento, e foi decidido passar o reboque para dois rebocadores mais pequenos, que estão a levar o Betanzos para o cais do Beato”, explicou.
O porta-voz da AMN referiu que o navio deverá chegar ao cais do Beato entre as 10:00 e as 11:00 e adiantou que, quando atracar, ”será alvo de uma inspeção, sobretudo à área submersa, com particular cuidado para a hélice e a porta do leme, o governo do navio, que lhe dá a sua propulsão”.
“À partida, na zona da quilha, o fundo do navio, provavelmente não tem qualquer dano, mas o facto de a hélice ter estado em contacto com a areia pode fazer com que haja algum dano e isso tem de ser avaliado”, disse o responsável.
Fernando Pereira da Fonseca sublinhou ainda que terá igualmente de ser avaliada a âncora que ficou no fundo, quando o navio tentou fundear: “Desconheço se o navio tem uma segunda âncora. Se não tiver, esse sistema, que permite o navio fundear, também tem de ser recuperado para o navio poder seguir viagem”.
“Só depois das inspeções técnicas é que o armador poderá avaliar quais serão as próximas tarefas e, eventualmente, planear eventuais trabalhos para o navio seguir em segurança para o próximo porto”, acrescentou.
O "Betanzos" encalhou na madrugada de dia 06 de março, cerca das 01:00, à saída da barra de Lisboa, após uma falha total de energia e da tentativa de fundear.
O navio, que estava encalhado perto do farol do Bugio, no forte de São Lourenço do Bugio, concelho de Oeiras, na foz do Rio Tejo, transporta oito mil toneladas de areia com sílica, usada na indústria de porcelana e cerâmica.
A bordo do navio, que se deslocava para Casablanca, em Marrocos, estão também 130 toneladas de combustível e 20 toneladas de resíduos oleosos. De acordo com o porta-voz da AMN, na ausência de danos estruturais, o risco de derrame é baixo.
No dia 08, como medida de precaução devido ao mau tempo, os dez tripulantes e quatro elementos técnicos que seguiam a bordo foram resgatados do navio por um helicóptero da Força Aérea Portuguesa.
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