A renúncia de Lucía Hiriart é "indeclinável" e foi apresentada numa ata da direcção do Cema, que imediatamente procedeu à eleição de uma presidente interina, segundo declarações de fontes da associação publicadas neste sábado pelo jornal El Mercurio.
A renúncia da viúva de Pinochet a esta fundação, criada pela ditadura liderada por seu marido (1973-1990), ocorre quatro meses depois da justiça anunciar a reabertura das investigações por má utilização de verbas públicas e face à suposta venda ilegal de imóveis com que Hiriart teria recebido cerca de 6,3 mil milhões de pesos (8,8 milhões de dólares).
"A eventual renúncia de Lucía Hiriart à presidência da fundação Cema Chile depois de quase 43 anos é um efeito da investigação que o Ministério de Bens Nacionais promoveu para conseguir a restituição ao fisco das propriedades entregues gratuitamente a tal entidade", declarou Víctor Osorio, ministro de Bens Nacionais.
O ministério argumenta que a Cema recebeu gratuitamente 134 imóveis durante a ditadura de Pinochet e que alguns deles foram vendidos a terceiros em diferentes zonas do país. Não existe qualquer registo desses imóveis nem dos montantes de dinheiro recebidos com a sua venda.
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