Questionada pelo semanário Expresso, a secretaria de Estado da Digitalização não responde se pretende bloquear o uso da plataforma TikTok em telemóveis e computadores de serviço, preferindo antes fazer sugestões de utilização segura e proteção de dados.

“O Governo considera que a promoção de um uso seguro das ferramentas digitais em contexto profissional e em funções públicas, seja na Administração Pública, seja nas empresas, deve ser feito através da sensibilização dos utilizadores para os riscos que decorrem do uso de aplicações que proporcionam uma experiência de utilização cada vez mais dependente do acesso, não só a dados, mas também a funcionalidades dos próprios dispositivos, em muitos casos sem que o próprio utilizador disso se dê conta”, foi a resposta dada ao semanário pelo Governo.

No entanto, a pergunta — vai o Governo bloquear o acesso ao TikTok? — ficou por responder.

A pressão política contra a aplicação disparou nos últimos meses. Nos EUA, a Casa Branca proibiu que os funcionários de instituições federais o tenham nos seus smartphones. Os governos do Canadá, do Reino Unido, dos Países Baixos, da Dinamarca e da Nova Zelândia tomaram decisões parecidas.

Em causa estão as suspeitas de que o Governo chinês tenha acesso aos dados dos utilizadores do TikTok e que este seja usado como uma ferramenta de espionagem, permitindo a recolha massiva de informação.

No início da semana, foi a vez do Parlamento Europeu proibir a aplicação nos dispositivos profissionais dos seus funcionários.

Na terça-feira, a BBC aconselhou o seu pessoal a remover o TikTok dos telefones de trabalho. E, na semana passada, o governo norte-americano exigiu que a ByteDance, empresa matriz do TikTok, venda a aplicação, correndo o risco de ser proibida no país.

Por sua vez, a ByteDance insistiu em várias ocasiões que não recolhe dados nem os partilha com Pequim.