A agência estatal KCNA noticiou que o líder Kim Jong-un viu “imagens da Base Aérea de Anderson, do Porto de Apra [onde se encontra uma base naval] e de outras áreas de importantes enclaves militares dos Estados Unidos”.
As fotografias foram “tiradas do céu sobre a ilha de Guam, no Pacífico, e recebidas às 09:21 (locais, 00:21 em Lisboa] de 22 de novembro”, precisou, segundo a agência espanhola EFE.
Kim terá visto as imagens durante uma visita ao centro de controlo geral da Administração Nacional de Tecnologia Aeroespacial (NATA), em Pyongyang.
Os técnicos disseram a Kim que o satélite Malligyong-1 começará oficialmente a funcionar em 01 de dezembro, depois de sofrer ajustes durante os próximos “7-10 dias”, segundo a KCNA.
A Coreia do Sul e os Estados Unidos ainda não confirmaram que o satélite está numa órbita correta.
A KCNA publicou uma foto de Kim a visitar o centro na companhia do marechal Kim Jong-sik, vice-diretor do Departamento da Indústria de Munições, uma das principais figuras do programa de mísseis norte-coreano.
Divulgou outra foto das instalações mostrando apenas painéis de controlo gerais, que foram desfocados antes da publicação.
Se as afirmações do regime forem verdadeiras, as capacidades de vigilância da Coreia do Norte terão dado um grande salto em frente com a instalação deste satélite, segundo a EFE.
O Malligyong-1 permitirá detetar movimentos de tropas no nordeste asiático a diferentes horas, uma vez que o aparelho, situado numa órbita polar, dará mais de uma volta completa à Terra todos os dias.
O lançamento de terça-feira seguiu-se a duas tentativas falhadas, em maio e agosto, e foi supervisionado por Kim Jong-un.
A iniciativa foi condenada pelo Japão, pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos.
O lançamento desencadeou a ativação do sistema nacional antimíssil do Japão durante alguns minutos, através do qual foi enviada uma mensagem aos habitantes da prefeitura de Okinawa (sudoeste) recomendando-lhes que procurassem abrigo.
Os três países recordaram hoje que as sanções do Conselho de Segurança da ONU proíbem a Coreia do Norte de efetuar lançamentos espaciais, uma vez que utiliza a sua própria tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais (ICBM).
A Coreia do Sul admitiu que, para resolver os problemas técnicos registados pelo Chollima-1 em maio e agosto, Pyongyang tenha recebido assistência técnica de Moscovo em troca de armas para utilização na Ucrânia.
Seul afirmou que o Pyongyang enviou a Moscovo cerca de 2.000 contentores de equipamento militar, incluindo mais de um milhão de cartuchos de artilharia e, possivelmente, também munições para tanques, mísseis guiados antitanque ou mísseis terra-ar portáteis.
Em reação a este lançamento, Coreia do Sul suspendeu parcialmente um acordo militar com o vizinho do Norte.
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