Butler foi expulsa pela presidente adjunta temporária, Judith Cummins, após ter recusado duas vezes retirar a acusação, o que viola os regulamentos parlamentares, que proíbem os deputados de chamarem uns aos outros mentirosos durante os trabalhos.
Deputada do principal partido da oposição, Butler intervinha num debate sobre um futuro inquérito público à resposta do Governo à pandemia de covid-19, que o executivo só pretende abrir no próximo ano.
Criticando a “gestão catastrófica da pandemia, mensagens confusas, corrupção evidente e leis autoritárias” dos últimos 18 meses, a deputada enumerou várias afirmações de Johnson que denunciou como falsas.
“O primeiro-ministro disse que cortámos o elo entre a infeção e complicações da doença e morte. Não só isto não é verdade, como é perigoso e é perigoso mentir durante uma pandemia”, afirmou, lamentando que a afirmação não tenha sido corrigida.
A deputada fazia referência à análise do Governo de que o número de hospitalizações e mortes foi significativamente reduzido nos últimos meses comparando com números semelhantes de infeções em vagas anteriores da pandemia.
"Estou desiludida por o primeiro-ministro não ter vindo à Câmara para corrigir os registos e corrigir o facto de que ele mentiu à Câmara e ao país repetidas vezes”, insistiu.
Cummins, também deputada do partido Trabalhista mas que hoje estava a presidir o plenário, pediu duas vezes a Butler para corrigir os comentários, mas esta recusou.
"O que prefere - uma perna enfraquecida ou uma perna cortada? No final de contas, o primeiro-ministro mentiu repetidamente a esta Câmara. É engraçado que tenhamos problemas aqui por denunciar a mentira e não a pessoa mentir”, replicou.
Cummins ordenou a Butler para sair da Câmara dos Comuns pelo resto do dia, que é também o último antes das férias parlamentares, que vão durar até 06 de setembro.
Nos últimos 30 anos, 13 deputados foram suspensos do Parlamento britânico por “conduta desordeira” devido a comentários impróprios contra outros membros do Governo ou deputados.
O Reino Unido é país europeu com o maior número de mortos, quase 129 mil durante a pandemia de covid-19, mas é também um dos mais avançados na vacinação, tendo já inoculado 88% da população adulta com pelo menos uma dose e 69% tem a vacinação completa.
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