A deputada trabalhista Harriet Harman, de 71 anos, disse à BBC que vai escrever ao primeiro-ministro Boris Johnson a pedir que apoie uma conferência especial para debater o assunto.
Harman explicou que a chamada Conferência do Presidente da Câmara dos Comuns realiza-se excecionalmente quando há “uma questão grave que diga respeito ao Parlamento ou à democracia”, sob a liderança do presidente da Câmara, atualmente Lindsay Hoyle.
“Não acho que ninguém queira uma situação em que a polícia tenha de registar todos os eleitores, mas com certeza há uma maneira mais segura de realizar as nossas atividades”, disse.
Harman explicou que desde o assassínio da parlamentar trabalhista Jo Cox em 2016 por um militante de extrema-direita houve mudanças na segurança, nas residências e no Parlamento, mas não se abordou a questão das visitas semanais com os membros do eleitorado.
A ministra do Interior, Priti Patel, ordenou uma revisão da atual estratégia de segurança e deve fazer uma declaração ao Parlamento na segunda-feira.
O parlamentar conservador Tobias Ellwood pediu que os “encontros pessoais temporários” com os cidadãos sejam suspensos até que Patel conclua a sua análise, já que a morte de Amess causou “grande ansiedade” entre os parlamentares.
O primeiro-ministro britânico, o conservador Boris Johnson, depositou hoje uma coroa de flores nas portas da igreja de Leigh-on-Sea (leste da Inglaterra) onde David Amess foi assassinado.
Johnson chegou à cidade do condado de Essex, nos arredores de Londres, acompanhado da ministra do Interior, Priti Patel, e também do líder do Partido Trabalhista de oposição, Keir Starmer.
O deputado conservador David Amess morreu na sexta-feira na sequência de um ataque com uma faca em Leigh-on-Sea por um homem de 25 anos que se encontra detido e a polícia está a tratar como um ataque terrorista.
O incidente aconteceu durante audiências com eleitores na Igreja Metodista de Belfairs, em Leigh-on-Sea.
Estas audiências são realizadas regularmente por todos deputados britânicos para conhecer problemas que os cidadãos queiram apresentar, sendo abertas a qualquer pessoa.
David Amess, de 69 anos, casado e pai de cinco filhos, representava a circunscrição de Southend West no condado de Essex.
Era deputado desde 1983, católico, opositor ao aborto e defensor dos direitos dos animais, tendo também feito campanha pelo ‘Brexit’.
Em 2016, a deputada do Partido Trabalhista Jo Cox foi assassinada por um militante de extrema-direita uma semana antes do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.
Dois outros deputados, o Liberal Democrata Nigel Jones, em 2000, e o trabalhista Stephen Timms, em 2010, foram vítimas de ataques com facas, tendo ambos sobrevivido, embora um assessor de Jones tenha morrido ao tentar protegê-lo.
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