"Quinze pessoas morreram. Mais de 100 foram resgatadas e estão no hospital", disse à AFP Anil Shejawat, porta-voz da Unidade de Gestão de Desastres.

As autoridades temem que o número de mortos seja ainda maior, já que não se sabe quantas pessoas continuam sob os escombros. As equipas de resgate trabalham no local com ferramentas, detetores de sinais de vida e cães treinados.

No princípio, as pessoas começaram a retirar os escombros com as mãos, enquanto o exército chegava ao local para coordenar o resgate. Depois, os moradores continuaram a trabalhar junto das equipas de socorro, utilizando paus de bambu, com o objetivo de encontrar sobreviventes.

Os parentes das pessoas desaparecidas começaram a chegar, desesperados, ao local. "Tudo acabou", gritava Parbati Mondal, cujo marido, um vendedor de frutas, está desaparecido.

Os operários estavam a trabalhar quando uma parte, com 100 metros, do viaduto desabou sobre uma rua repleta de pedestres e veículos.

Queda de viaduto na Índia

No local havia uma grua que retirava um carro dos escombros e era possível observar um autocarro que havia sido atingido pelo desabamento, mas não estava claro se transportava passageiros.

Um trabalhador da obra que ficou ferido disse à AFP que durante a manhã os parafusos da estrutura começaram a ceder. "Estávamos a carregar duas vigas de aço para os pilares, mas as vigas não suportaram o peso do cimento", disse Milan Sheij, de 30 anos.

Obras atrasadas e acidentes frequentes

A construção do viaduto de dois quilómetros de comprimento começou em 2009 e deveria ter terminado em 18 meses, mas sofreu uma série de atrasos.

Os acidentes durante as construções são frequentes na Índia, onde as leis de segurança no trabalho são frágeis e muitas vezes são utilizados materiais de má qualidade.

Muitos moradores da zona abandonaram o local por medo de que o resto da estrutura desabasse. Uma testemunha disse que ouviu um forte ruído e que "parecia que uma bomba tinha explodido no local e havia fumo e poeira". "Ouvimos um estrondo enorme e a nossa casa sofreu um forte abalo. Pensamos que era um terramoto", disse Sunita Agarwal, moradora da região de 45 anos. "Fomos embora. Não sabemos o que vai acontecer", contou.

Mamata Banerjee, autoridade responsável pela região de Bengala Ocidental, disse que os responsáveis pela tragédia não sairão impunes. P Rao, representante da empresa de construção indiana IVRCL, que recebeu a concessão, descreveu o desastre como "um ato de Deus".

A empresa recebeu em 2009 um prazo de 18 meses para terminar a construção, com um orçamento de 21 milhões de euros, mas sete anos depois 55% da obra ainda não foi finalizada. O desastre ocorre poucos dias antes do início da final do Mundial de Críquete T20, que atrairá milhares de fãs no domingo à cidade.