"E aquilo que Portugal sente é que quando Moçambique tem desafios particulares, são também desafios que dizem respeito a Portugal e às relações de amizade entre os dois países", declarou Gomes Cravinho.
O governante português falava durante um encontro com o seu homólogo moçambicano, Jaime Neto, no âmbito de uma visita de trabalho que realiza desde hoje a Moçambique.
Para Gomes Cravinho, que visita Maputo a pedido de Jaime Neto, Moçambique e Portugal são países próximos e, na conjuntura atual, é fundamental a cooperação, na medida em que as "dinâmicas que afetam um, podem rapidamente afetar os outros".
"Quis com este gesto, por um lado, significar aquilo que é a solidariedade de Portugal e proximidade dos nossos países e, por outro lado, encontrar soluções muito práticas para os desafios com que nos confrontamos", declarou.
Na mesma ocasião, o ministro da Defesa moçambicano destacou as boas relações existentes entre os dois Estados.
"O Ministro da Defesa Nacional e as Forças de Defesa de Moçambique sentem-se honrados pela visita, que é prova das excelentes relações de amizade e cooperação existentes entre os dois países", disse Jaime Neto.
João Gomes Cravinho estará em Moçambique até sexta-feira, tendo em vista a negociação de um novo programa de cooperação bilateral no domínio da Defesa e o estreitamento de relações com África no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia (PPUE), que se iniciará em janeiro.
A visita decorre numa altura em que Moçambique enfrenta uma insurgência armada com ligações ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico na província de Cabo Delgado, norte do país.
A violência está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Portugal já se mostrou disponível para apoiar Moçambique no combate ao terrorismo dentro daquilo que o país considerar necessário, assim como a União Europeia (UE).
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