Em comunicado, a PJ explica que o clã sempre esteve diretamente relacionado com os principais distribuidores de cocaína colombianos e usava o transporte marítimo para fazer entrar grandes quantidades de droga na Europa.
Na nota, a PJ recorda o aparecimento, no passado mês de abril, numa praia de Peniche, de uma embarcação rápida (lancha voadora) e a apreensão 1.646 quilogramas de cocaína.
A lancha e parte da droga foram na altura detetadas pela Polícia Marítima, enquanto a GNR, em momento posterior, detetou parte da droga na área de Peniche.
Na véspera desta situação - recorda - a GNR, em Sesimbra, tinha sinalizado uma operação de abastecimento de uma lancha voadora.
O Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Leiria assumiu a investigação dos factos, que indiciavam “uma operação de tráfico de elevada envergadura e complexidade”, “apenas ao alcance das grandes organizações criminosas” que dominam o tráfico internacional de estupefacientes, no caso de cocaína, por via marítima, refere o comunicado.
Após cruzamento de informação, explica a nota, apurou-se que a Guardia Civil - Equipa do Crime Organizado da Galiza já monitorizava uma organização galega que poderia estar relacionada com os factos ocorridos em território nacional.
Conjugando as informações disponíveis nas investigações em curso nos dois países, foi constituída uma Equipa de Investigação Conjunta, registada na Europol e Eurojust.
Após nove meses de investigação, foi desencadeada “uma operação policial de grande envergadura”, sob o nome de “NAZARÉ”, visando o clã galego “Os piturros”, histórico grupo criminoso ligado ao narcotráfico na Galiza, a partir da Ria Arousa – Pontevedra, desde a década 80 do século passado.
Nesta operação policial, segundo a PJ, foram realizadas 11 buscas em território espanhol e uma busca a uma empresa em território nacional, resultando na detenção de nove homens, com idades entre 25 e os 53 anos, suspeitos de integrarem a organização criminosa.
Foram também apreendidos 40.000 euros em notas, três veículos de alta gama, equipamentos informáticos e de comunicação, além de documentação relevante para imputação aos detidos dos crimes de tráfico agravado de estupefacientes, associação criminosa e branqueamento de capitais.
A investigação conjunta permitiu conhecer a forma como a operação criminosa foi planeada, desenvolvida e os meios utilizados, permitindo assim determinar a responsabilidade de cada um dos autores, agora detidos, explica.
A Polícia Judiciária participou nas diligências efetuadas no país vizinho, sendo que a busca à empresa, localizada no alto Minho, teve a colaboração da Guardia Civil.
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