A Amazónia Legal corresponde à área delimitada na Amazónia brasileira em que são permitidas algumas atividades de exploração humana.
O balanço parcial dos primeiros 28 dias de junho mostrava um desmatamento de 769 quilómetros quadrados, no entanto, só no último domingo, último dia do mês, mais de 150 quilómetros quadrados de floresta foram destruídos, de acordo com a imprensa local, que cita o sistema Terra Brasilis, ferramenta do Inpe.
Os estados brasileiros mais afetados pela desflorestação no mês passado foram o Pará, o Amazonas, Mato Grosso e Rondônia, totalizando mais de 97% do desmatamento.
De abril a maio do corrente ano, a destruição florestal aumentou de 247,2 para 735,8 quilómetros quadrados.
Para obter os dados, o Inpe utiliza dois sistemas para monitorar o desmatamento, com recurso de satélites internacionais.
O cenário atual coloca em risco as metas do Brasil para o Acordo de Paris, assinado em 2015, no qual o país sul-americano se comprometeu a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas e acabar com o desmatamento ilegal da Amazónia até 2030.
A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou na semana passada, que pretendia falar com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sobre o avanço da desflorestação no Brasil durante a realização do encontro do G20, no Japão.
“Vejo com grande preocupação a questão das ações do Presidente brasileiro [em relação ao desmatamento] e, se for possível, aproveitarei a oportunidade no G20 para ter uma discussão clara com ele [sobre o assunto]”, afirmou Merkel aos deputados alemães.
No entanto, Bolsonaro rebateu Merkel, afirmando que a Alemanha tem muito a aprender com o seu país sobre questões ambientais.
“Temos exemplo para dar à Alemanha, inclusive sobre meio ambiente. A indústria deles continua a ser fóssil, em grande parte de carvão, e a nossa não. Então, eles têm a aprender muito connosco”, disse Bolsonaro, após desembarcar em Osaka, no Japão, onde participou na cimeira das 20 maiores economias do mundo (G20).
Recentemente, mais de 300 organizações não-governamentais (ONG) europeias e sul-americanas, incluindo o Greenpeace e o grupo Amigos da Terra, questionaram o acordo comercial entre União Europeia e o Mercosul (bloco fundado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), face ao receio de que a expansão das atividades agrícolas no Brasil, fortemente apoiada pelo Governo de Bolsonaro, incentive a desflorestação da floresta amazónica.
As ONG exigiram que o Governo brasileiro adote “medidas rigorosas” contra a desflorestação e compromissos a favor do acordo de Paris sobre o clima, celebrado em 2015.
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