“Despedimo-nos de um velho amigo que embarca numa aventura, à procura do seu próprio destino. Esperamos que resulte. Mas, se não, terá sempre um lugar na mesa europeia”, declarou Varadkar.
O Reino Unido abandona às 23:00 de hoje (hora de Lisboa e de Londres), 00:00 de sábado em Bruxelas, a União Europeia, iniciando-se um período de transição, até 31 de dezembro de 2020, durante o qual as duas partes negociarão a relação futura.
Nesse sentido, Varadkar reuniu-se na segunda-feira em Dublin com o negociador-chefe da União Europeia (UE) para o ‘Brexit’, Michel Barnier, salientando que o bloco comunitário está “unido” para alcançar o “melhor resultado para a UE” e para o futuro da Irlanda.
“O próximo passo é chegar a um acordo sobre as relações futuras, incluindo um acordo de comércio livre que proteja postos de trabalho, empresas, comunidades costeiras e rurais e as nossas economias em geral”, indicou o primeiro-ministro irlandês.
Varadkar reconheceu que os “próximos meses” serão “muito difíceis” para a República da Irlanda, dadas as incertezas que este processo apresenta na sua relação com o Reino Unido, com o qual mantém estreitas ligações económicas, políticas e sociais.
“Queremos um acordo de comércio livre, sem taxas, sem quotas, com o mínimo de burocracia e a menor quantidade de controlos possíveis. Queremos que a nossa futura associação vá além do comércio. Devemos abordar várias áreas, incluindo pesca, universidades, cooperação em investigação e economia em geral”, acrescentou.
Londres e Dublin também estão empenhados em proteger o processo de paz em toda a ilha, que passa, entre outros assuntos, por resolver a questão da fronteira entre a província britânica da Irlanda do Norte e a República da Irlanda.
“Gostemos ou não, o ‘Brexit’ vai dominar a política irlandesa pelo menos nos próximos 12 ou 18 meses”, lembrou também o vice-primeiro-ministro irlandês, Simon Coveney, hoje durante uma visita ao porto de Dublin.
Coveney salientou que o Governo investiu cerca de 30 milhões de euros no porto nos últimos três anos para enfrentar as “novas realidades” do ‘Brexit’, para as quais a Irlanda “está preparada”.
O vice-primeiro-ministro irlandês espera que o futuro relacionamento entre Londres e Bruxelas continue a “facilitar o comércio entre o Reino Unido e a Irlanda”, cujo valor excede os 17.000 milhões de euros por ano e “mantenha os 200.000 empregos” gerados pelas 40.000 empresas irlandesas que operam com o país vizinho.
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