Segundo uma nota colocada na página do Ministério Público da comarca de Setúbal, foram realizadas “buscas e detenções em todo o território nacional bem como no Luxemburgo, no âmbito de uma investigação à exploração ilícita de jogo, de apostas online e de apostas desportivas à cota (aposta na probabilidade de um resultado) de base territorial (apostas associadas a um país ou território)”.

A mesma nota adianta que cerca de 100 pessoas exploram ilicitamente jogo e apostas online “que pelo menos desde 2015 levam a cabo a atividade delituosa em Portugal, no Luxemburgo, na Suíça, na França, na Bélgica, no Brasil e em Moçambique” e que as autoridades desligaram os servidores de internet no Luxemburgo.

Em comunicado, a GNR anunciou que a operação envolveu 677 militares e que constitui o culminar de uma investigação que decorre há cerca de um ano, tendo sido efetuadas 146 buscas domiciliárias e não domiciliárias, em todo o território nacional.

Foram ainda realizadas seis buscas domiciliárias no Luxemburgo, as quais visaram suspeitos portugueses fixados naquele país, no âmbito de um pedido de cooperação judiciária internacional.

Além dos 20 detidos, foram apreendidos 320 mil euros em dinheiro, 49 veículos, cerca de três mil dispositivos de acesso ao jogo ilícito, entre os quais computadores, ‘tablets’, máquinas de jogo e periféricos, quatro servidores, dez armas de fogo e diversas munições.

A operação foi efetuada pela Unidade de Ação Fiscal da GNR, em conjunto com o Comando Territorial de Setúbal e reforçada com forças da Unidade de Intervenção e dos comandos territoriais de Aveiro, Açores, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Participaram também na operação peritos forenses da Europol, Eurojust, da Autoridade Tributária e Aduaneira e da estrutura de Investigação Criminal da GNR, e técnicos do Instituto de Regulação e Inspeção de Jogos.

Os 19 detidos em Portugal vão agora ser presentes ao Juiz de Instrução Criminal de Setúbal e o detido no Luxemburgo a um juiz daquele país.

“Considerando que a operação continua em curso, é expectável um incremento dos resultados finais, os quais se prevê que venham a ser apresentados na próxima sexta-feira”, refere a GNR.

A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) já enalteceu a operação de desmantelamento de locais com a prática de jogos ilegais, bem como as autoridades policiais e de inspeção envolvidas, salientando a “total disponibilidade para cooperar em todas as ações de combate ao jogo ilegal”.

“A APAJO reforça que este tipo de iniciativas são um passo importante para reduzir o jogo ‘online’ ilegal, que se estima representar não menos de 50% do setor, e para garantir a integridade desportiva”, conclui.


Notícia atualizada às 19:29