Endri E, um albanês de 28 anos conhecido como "Gino", terá fornecido uma metralhadora de assalto, através de outro albanês, a Mohamed Lahouaiej Bouhlel.

A arma, procedente de um roubo, terá sido escondida numa floresta nas imediações de Nice antes de chegar às mãos de Bouhlel.

O suspeito foi detido pela polícia italiana em Sparanise, perto de Nápoles (sul), conforme uma ordem de detenção europeia, emitida pela justiça francesa em 27 de abril de 2020, noticiaram as agências noticiosas AGI e Ansa.

O Tribunal de Apelações de Paris remeteu em março ao tribunal penal as oito pessoas acusadas por este atentado que deixou 86 mortos em 14 de julho de 2016. Em plena comemoração da festa nacional francesa no dia da Bastilha, Mohamed Lahouaiej Bouhlel, um tunisiano de 31 anos, atropelou com um camião frigorífico uma multidão reunida para um espetáculo de fogos de artifício no Passeio dos Ingleses, em Nice.

No ataque, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, além dos 86 mortos, 450 pessoas ficaram feridas.

O julgamento, cuja data ainda não foi anunciada, não ocorrerá antes de 2022.

Como o autor do atentado foi morto ao volante do camião, o tribunal penal especial examinará as responsabilidades dos seus cúmplices e de intermediários envolvidos no circuito de armas a ele destinadas.

Endri E. é acusado de "associação criminosa" e infração à legalização sobre as armas no capítulo "tráfico de armas" da investigação.

Acompanhado com um primo, ele terá enganado o intermediário ao "entregar-lhe uma kalashnikov que não funcionava em troca de 35 gramas de cocaína", segundo a investigação, à qual a AFP teve acesso.

O primo, Adriatik E., suspeito dos mesmos crimes, suicidou-se na prisão em 8 de junho de 2018.

O processo deve durar várias semanas e será celebrado numa uma grande sala construída no Palácio de Justiça de Paris, após os atentados de 13 de novembro de 2015 na capital francesa e seus arredores.