As forças democráticas sírias (FDS), aliança liderada por curdos, e a polícia curda Asayesh iniciaram no passado domingo uma operação de segurança em Al-Hol, o maior campo para refugiados e deslocados na Síria, onde vivem em tendas cerca de 62.000 pessoas, a maioria, crianças e mulheres.
O porta-voz da polícia curda Asayesh, Ali al-Hassan, deu hoje conta que, em cinco dias, foram detidos “125 membros das células adormecidas do Estado Islâmico”.
Numa conferência de imprensa em Al-Hol, no leste da Síria, e transmitida por vários canais de televisão, o porta-voz precisou que, entre os detidos, estão cerca de 20 responsáveis das células que deram origem aos assassínios ocorridos no campo.
Segundo o mesmo responsável, 47 pessoas foram assassinadas no campo de refugiados de Al-Hol, desde o início do ano.
O campo de Al-Hol recebe milhares de mulheres europeias e asiáticas com os seus filhos, casadas com ‘jihadistas’ do Estado Islâmico, mas também famílias sírias e iraquianas.
A ONU já tinha alertado para o aumento da violência e da deterioração das condições de segurança numas instalações sobrelotadas, assim como para os ataques aos guardas e aos trabalhadores das organizações não governamentais (ONG).
“Muitos elementos do Estado Islâmico infiltraram-se em Al-Hol, fingindo ser civis para realizarem as suas atividades e se organizaram dentro campo”, disse o porta-voz da polícia curda, advertindo que “o perigo ainda não foi eliminado”, apesar destas detenções.
O mesmo responsável sublinhou que o perigo “vai persistir enquanto a comunidade internacional não considerar o campo como um problema internacional sério, para o qual se devem encontrar soluções adequadas”.
Ali al-Hassan reiterou o apelo das autoridades curdas para que os estrangeiros presentes na Síria sejam repatriados.
De acordo com um relatório da ONU, cerca de 10.000 mulheres e crianças estrangeiras vivem num anexo em Al-Hol, que foi reservado para elas.
A maioria dos países, especialmente os europeus, tem mostrado resistência em aceitar os seus cidadãos que se tornaram ‘jihadistas’ do Estado Islâmico.
No entanto, alguns países, nomeadamente a França, repatriaram um número limitado de crianças, geralmente órfãs.
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