Estes migrantes surgem no momento em que os líderes europeus estão reunidos em Granada, no sul de Espanha, para uma cimeira informal onde um dos temas principais é precisamente a migração, na sequência do recente afluxo de milhares de migrantes à pequena ilha italiana de Lampedusa.
Segundo uma porta-voz da instituição de socorro marítimo espanhol, quatro barcos com 441 pessoas a bordo aportaram na ilha de El Hierro, a mais ocidental das Canárias, e outros dois desembarcaram na ilha de Tenerife, enquanto um último foi para a ilha de Gran Canária.
A mesma fonte adiantou que os migrantes, originários da África subsaariana, foram entregues às autoridades, que têm sido confrontadas nas últimas semanas com um aumento significativo de chegadas a este arquipélago localizado ao largo da costa noroeste do continente africano.
Na terça-feira, outros 280 migrantes chegaram a El Hierro a bordo de um único barco, tendo o desembarque sido registado como a entrada do maior número de passageiros num único barco ao arquipélago.
Mais de 1.200 migrantes chegaram a esta pequena ilha de 11.000 habitantes na semana passada.
Estas chegadas massivas levaram as autoridades espanholas a transferir, durante a madrugada de hoje, cerca de 500 migrantes da ilha de El Hierro, onde as autoridades estão sobrecarregadas, para Tenerife, como avançou um correspondente da agência francesa de notícias AFP, presente no local.
Nos últimos anos, a rota migratória para as Canárias tem sido particularmente movimentada devido ao reforço dos controlos no Mediterrâneo. Os naufrágios são frequentes ali, sendo a travessia particularmente perigosa.
De acordo com os últimos números do Ministério do Interior espanhol, as Canárias registaram a chegada de 14.976 migrantes entre 1 de janeiro e 30 de setembro, um aumento de quase 20% em relação ao mesmo período de 2022.
As organizações não-governamentais (ONG) relatam regularmente naufrágios mortais – cujo número não oficial, segundo adiantam, ascende a dezenas ou mesmo centenas de pessoas – em águas marroquinas, espanholas ou internacionais.
Na quarta-feira, os embaixadores dos países da União Europeia chegaram a acordo sobre um regulamento fundamental para a reforma migratória europeia, estabelecendo um mecanismo de solidariedade obrigatório entre os Estados-membros no caso de um deles ser confrontado com chegadas “massivas” de migrantes, como aconteceu recentemente em Itália.
A Polónia e a Hungria votaram contra o texto, enquanto a Áustria, a Eslováquia e a República Checa se abstiveram.
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