De acordo com a ministra, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge estão a avaliar a possibilidade de se avançar com testes PCR de saliva.
"Esta solução, que já existe no mercado e é reconhecida pelo Infarmed, está em cima da mesa e será mais um contributo que se juntará à estratégia a entrar em vigor nos próximos dias", acrescentou Marta Temido.
Ainda sobre a testagem, a ministra explicou que a nova norma só entra em vigor à meia noite desta terça-feira, conforme estipulado pela atualização da norma da Direção-Geral da Saúde, e depois de o SNS24 ter atualizado os algoritmos para que todos os contactos, independentemente do nível de risco, tenham uma requisição para a realização de teste.
De acordo com Marta Temido, o plano de vacinação “continua a correr conforme planeado”, reiterando que os números hoje transmitidos pelo coordenador da ‘taskforce’, o vice-almirante Gouveia e Melo, permitem a Portugal manter-se “em linha com os objetivos europeus” para este ano.
“Portugal continua a ser o sétimo país da União Europeia que mais testes realiza por milhão de habitantes. Está muito próximo de Bélgica e Espanha. Portugal teve no mês de janeiro a sua maior média de testes por dia e fevereiro foi o terceiro melhor mês desde o início da pandemia. Sabemos que há uma tendência para que a redução da incidência seja acompanhada de uma redução de testes”, finalizou, desvalorizando a quebra registada no número de testes realizados nos últimos dias.
Aos jornalistas, depois da reunião desta segunda-feira no Infarmed, a governante disse ainda que está a ser trabalhada uma norma sobre centros de vacinação, admitindo a vacinação noutros pontos como farmácias comunitárias.
Na intervenção proferida na reunião que junta epidemiologistas e especialistas em saúde pública e a classe política na sede do Infarmed, em Lisboa, o vice-almirante – que substituiu Francisco Ramos à frente da ‘taskforce’ no início deste mês – reforçou a necessidade de recorrer a outros meios para a administração de vacinas além dos centros de saúde.
“Vai haver uma concentração de vacinas já no segundo trimestre suficiente para aumentar a velocidade de vacinação para cerca de 100 mil vacinas por dia, o que fará com que se tenha de pensar em modelos alternativos aos centros de saúde nos cuidados primários para que este processo de vacinação corra sem problemas nas inoculações”, garantiu.
Marta Temido preocupada com "relaxamento" apela à manutenção do confinamento
“Na última semana, o índice de mobilidade aumentou ligeiramente e este é um aspeto que deve suscitar atenção, na medida em que sabemos que os valores a que chegámos são valores que resultam de um esforço e, se esse esforço se inverter, voltaremos a atingir números de incidência e números de risco de transmissão que não são compatíveis com o que precisamos de garantir”, afirmou Marta Temido.
Em declarações aos jornalistas após a reunião que juntou epidemiologistas, especialistas em saúde pública e políticos na sede do Infarmed, em Lisboa, Marta Temido afirmou que “nada disto está adquirido e tudo depende de cada um de nós e das medidas combinadas”, decorrendo daí a preocupação com “algum relaxamento sem nenhuma alternação legislativa”.
Questionada sobre os cenários e modelos de saída do atual período de confinamento, a ministra da Saúde considerou a perspetiva apresentada pelos especialistas “bastante uniforme” e destacou o estabelecimento de diversos tipos de critério para a definição dos próximos passos, designadamente “critérios de incidência, critérios associados ao número de internamentos e também critérios quantitativos e qualitativos” relativamente à covid-19.
“Neste momento estamos a refletir sobre os momentos em que deveremos começar a equacionar medidas de desconfinamento e por onde devemos começar a aplicá-las. Portanto, todas as hipóteses nesse contexto são hipóteses de cenários que são possíveis. O governo referiu várias vezes que o último encerramento que desejaria era o encerramento das atividades escolares e é coerente que se pense num processo de reversão e que seja pelas atividades escolares que se iniciará o processo”, frisou.
Sublinhando que é necessária fazer “uma avaliação ponderada” das circunstâncias, Marta Temido fez questão de notar que os níveis de internamento, particularmente em cuidados intensivos, são ainda demasiado elevados e que tal situação “devia preocupar todos”, até porque o país não dispõe de recursos humanos médicos e de enfermagem a este nível sem manter suspensa a assistência não covid e que isso não é viável num período mais longo.
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