"A Direção-Geral da Saúde (DGS) inicia hoje a publicação de um novo relatório semanal que incide sobre a evolução das infeções respiratórias agudas e os potenciais efeitos do frio na saúde da população. A vigilância e monitorização da resposta sazonal em saúde e a avaliação do risco apoiarão a gestão e a comunicação do risco neste âmbito", foi referido em comunicado enviado às redações.

Assim, "a publicação será às quintas-feiras, deixando de ser publicado o relatório semanal de monitorização da situação epidemiológica da covid-19 e o Relatório de Situação".

De acordo com a DGS, "a incidência das infeções respiratórias (gripe, covid-19 ou infeção por vírus sincicial respiratório), a evolução da cobertura vacinal contra a gripe cuidados de saúde primários, episódios de urgência e de internamentos, ocupação das unidades de cuidados intensivos, contacto com o SNS 24 e INEM) integram os indicadores analisados no relatório".

Os dados apresentados no primeiro relatório dizem respeito à semana entre 5 e 11 de dezembro. A DGS recorda que "a semana em análise incluiu menos um dia útil, pelo que a informação deve ser interpretada em conformidade, não tendo apenas em consideração as variações de números absolutos semanais"

O que diz o primeiro relatório?

Temperatura:

  • Ligeira subida da temperatura do ar, acima do esperado para esta época do ano.

Vacinas contra a covid-19 e gripe:

  • Cobertura vacinal elevada, que "tem conferido uma proteção crescente da população mais vulnerável". Valores estão próximos dos recomendados pelo ECDC e OMS para população com 65 anos ou mais;
  • Foram administradas 182 383 doses de vacinas contra a covid-19, 26 055 doses por dia (menos 15% em relação à semana anterior);
  • Foram administradas 32 284 de vacinas contra a gripe, 4 612 doses por dia (menos 32% em relação à semana anterior).

Gripe:

  • Atividade epidémica da gripe de baixa a moderada intensidade, com tendência crescente, com predomínio do subtipo A(H3), associado a maior gravidade nas populações mais vulneráveis.

Covid-19: 

  • Tendência decrescente na notificação de casos de infeção por SARS-CoV-2;
  • A variante de SARS-CoV-2 Omicron BA.5 manteve-se dominante, com aumento da prevalência da sub-linhagem BQ.1.

Infeções respiratórias:

  • Mais consultas por infeções respiratórias nos Cuidados de Saúde Primários do Serviço Nacional de Saúde face à semana anterior;
  • Entre os principais vírus respiratórios em circulação esta época, a maioria correspondeu ao vírus da gripe (38%) e outros vírus respiratórios (28%), como rinovírus e vírus sincicial respiratório.

SNS24 e INEM: 

  • Registados mais atendimentos triados pelo SNS24 (33 620) e mais chamadas para o INEM (29 875)  face à semana anterior.

Urgências: 

  • Ligeira diminuição da proporção de episódios de urgência hospitalar por síndrome gripal. Contudo, "este valor poderá ser revisto face a possíveis constrangimentos no reporte eletrónico, decorrente das intempéries ocorridas esta semana";
  • Mais episódios de crianças e jovens adultos, mas os valores são inferiores aos de épocas anteriores em todos os grupos etários;
  • Tendência crescente de casos com destino a internamento.

Internamentos:

  • Menos camas ocupadas em Unidade de Cuidados Intensivos com covid-19 e com gripe;
  • Internamentos por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em menores de 2 anos de idade continuam elevados, apesar de haver diminuição de casos.

Mortalidade: 

  • Mortalidade por todas as causas "acima do esperado para a época do ano, nas regiões Norte e Lisboa e Vale do Tejo, e no grupo etário com 85 ou mais anos, coincidindo com o aumento da incidência das infeções respiratórias observado nas últimas semanas";
  • A mortalidade por covid-19 com tendência crescente, abaixo do limiar recomendado pelo ECDC.

Medidas de proteção individual:

  • A DGS recomenda como medidas a "etiqueta respiratória, lavagem e/ou desinfeção frequente das mãos, limpeza e desinfeção de equipamentos e de superfícies, arejamento e ventilação de espaços, proteção em contextos de risco de exposição a vírus respiratórios (como espaços com aglomerados de pessoas, sobretudo sem ventilação adequada) através do distanciamento e utilização de máscaras".