A cinco minutos do Dino Parque, um restaurante da Zambujeira tem vindo a registar um aumento de clientes e de faturação na ordem dos 20% ao fim de seis anos aberto, disse um dos proprietários, Brian Silva.
“Nunca tivemos necessidade de contratar mais funcionários e este ano tivemos de contratar mais duas, assim como abrimos um parque de estacionamento”, explicou.
Também a cinco minutos do parque, outro dos restaurantes mais próximos, situado no Casal Foz, registou um crescimento ligeiro de clientes, que agora vêm de Bragança a Portimão.
“Na semana passada, 40% dos clientes vieram ou iam para o parque e era um dia de semana”, apontou o proprietário, Francisco Martinho, que teve também de criar mais dois postos de trabalho.
No Reguengo Pequeno, a 10 minutos do parque, Sónia Mota e o irmão decidiram há seis meses arriscar e reabrir o estabelecimento que os pais tiveram com o nome alusivo aos dinossauros, durante mais de 20 anos, e que tiveram de encerrar durante a crise.
“Foi por causa do Dino Parque que resolvemos reabrir, com um novo conceito e estes primeiros seis meses correram melhor do que esperávamos”, disse a empresária do estabelecimento que, apesar de estar situado no interior do concelho, esteve “cheio todos os dias no verão”.
Dois restaurantes na Praia da Areia Branca confirmaram também que têm sentido uma “maior afluência”, sobretudo “no verão, aos fins de semana e feriados e nos períodos de férias escolares”.
Rui Ferreira, gerente de um dos estabelecimentos, que também tem alojamento para turistas, apontou mesmo para um “aumento de 20% na faturação”.
Na sede de concelho, a 10 minutos do parque, as opiniões dividem-se. Enquanto Jorge Lopes não sentiu grande mudança, Miguel Pinto notou um crescimento entre os 10 a 15% na sua faturação, depois de ter aberto aos domingos, dia de folga, entre maio e setembro.
Uma unidade de turismo rural em São Bartolomeu e um hotel na Atalaia, a respetivamente cinco e 15 minutos do parque, tiveram um aumento da ocupação e das receitas, mas apenas no primeiro mês do Dino Parque.
Num hotel na Lourinhã, a 10 minutos, os fins-de-semana passaram a estar lotados e a ocupação aumentou 70%.
No antigo museu, no centro da vila, “comparando fevereiro a outubro de 2016 e de 2018, registou-se uma quebra de 25% de visitantes, mas houve um aumento das visitas escolares”, afirmou à Lusa a presidente do Grupo de Etnografia e Arqueologia da Lourinhã (GEAL), Lubélia Gonçalves, para quem, apesar de tudo, foi cumprido o sonho de ter um espaço maior do que o do museu para os achados de dinossauro, que “está a contribuir para o desenvolvimento do concelho”.
Com a transferência do espólio paleontológico para o parque, o Museu do GEAL reformulou a sua área expositiva, enriquecendo-a, tornando-a mais atrativa e criando uma nova coleção dedicada à história do Oceano Atlântico, convidando o visitante a viajar 252 milhões de anos.
Nas últimas décadas, os paleontólogos do Museu descobriram fósseis de dinossauros, que colocaram a Lourinhã na rota mundial da paleontologia.
O Dino Parque da Lourinhã, um investimento de 3,5 milhões de euros e um dos maiores parques temáticos de dinossauros da Europa, onde é possível ver fósseis de dinossauro e 120 modelos à escala real, recebeu 338 mil visitantes e deverá encerrar o ano com 345 mil, segundo o diretor-geral, Luís Rocha.
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