"O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, determinou o afastamento preventivo, também designado como proibição do exercício público do ministério, de quatro sacerdotes no ativo, recomendado pela Comissão Diocesana", lê-se em comunicado publicado esta manhã.

Associações de apoio especializado à vítima de violência sexual:

Quebrar o Silêncio (apoio para homens e rapazes vítimas de abusos sexuais)
910 846 589
apoio@quebrarosilencio.pt

Associação de Mulheres Contra a Violência - AMCV
213 802 165
ca@amcv.org.pt

Emancipação, Igualdade e Recuperação - EIR UMAR
914 736 078
eir.centro@gmail.com

Segundo o Patriarcado de Lisboa, "não existe uma acusação formal a nenhum destes sacerdotes que, contudo, ficam assim afastados do exercício público do seu ministério, enquanto decorrem todas as diligências dos seus processos".

Um dos sacerdotes no ativo, refere a nota, "já tinha sido sujeito a medidas cautelares".

Recorde-se que o Patriarcado de Lisboa já tinha recebido uma lista de 24 nomes e identificado cinco padres no ativo suspeitos de abuso sexual, mas optou por pedir mais dados à Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais antes de proceder ao seu afastamento.

Destes 24 nomes, segundo o Patriarcado de Lisboa, oito nomes diziam respeito a sacerdotes já falecidos, dois eram padres doentes e retirados do ministério, três de sacerdotes sem qualquer nomeação, quatro são nomes desconhecidos, além de um leigo e de um ex-padre.

Essa informação, recebida "nos passados dias 15 e 16 de março", foi depois alvo de uma recomendação da Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis do Patriarcado de Lisboa, que decidiu então agir.

"Os sacerdotes solicitaram a rápida busca da verdade e da justiça, abrindo-se agora a investigação prévia de cada um dos casos, que posteriormente será enviada ao Dicastério para a Doutrina da Fé", menciona agora o Patriarcado de Lisboa, dizendo-se "totalmente empenhado na procura da verdade, assente na tolerância zero e na transparência total em relação a qualquer situação de abuso de menores e adultos vulneráveis".

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.

Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.

No relatório, divulgado em fevereiro, a comissão alertou que os dados recolhidos nos arquivos eclesiásticos sobre a incidência dos abusos sexuais “devem ser entendidos como a ‘ponta do iceberg’” deste fenómeno.

A comissão entregou aos bispos diocesanos listas de alegados abusadores, alguns ainda no ativo.

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