Nos últimos dias, a ex-eurodeputada socialista tem criticado o primeiro-ministro, António Costa, por ter antecipado uma vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais e por elogiar o mandato do atual chefe de Estado, e insurgiu-se também por o presidente do PS, Carlos César, ter remetido o congresso do PS para o primeiro trimestre de 2021, após as eleições para Presidente da República.
"Essas críticas não podem ser aceites e têm de ser repudiadas. Tenho uma relação de estima pessoal e de amizade com Ana Gomes, mas, como é evidente, o PS tem os seus órgãos próprios, que se têm reunido regularmente", reagiu José Luís Carneiro.
O secretário-geral adjunto do PS indicou depois que o seu partido vai reunir a Comissão Política Nacional na quinta-feira e, "logo que estejam reunidas as condições, haverá lugar a uma reunião da Comissão Nacional do PS", o órgão máximo partidário entre congressos.
"Em todos os órgãos do PS não há matérias tabu. Todas as matérias podem ser objeto de discussão, de divergência e de concertação. Essa crítica de Ana Gomes é inaceitável, porque o PS tem sido um garante das liberdades cívicas, políticas e democráticas neste país, tanto no plano do Estado, como também na sua vida interna", acentuou.
Em relação às eleições presidenciais, José Luís Carneiro deixou o seguinte recado: "Mesmo que as decisões não sejam conformes à vontade daqueles que se querem habilitar a uma candidatura, seja presidencial ou de outra natureza, não é por isso que se deve menorizar o funcionamento democrático do PS".
"Aquilo que contribui para desrespeitar os militantes e os simpatizantes do PS é partir do pressuposto que este partido dispensaria a auscultação democrática dentro dos seus órgãos. O PS debate todos os temas quando as questões se colocam", reforçou José Luís Carneiro.
Nas declarações que fez à agência Lusa, o "numero dois" da direção dos socialistas citou a posição de António Costa sobre as eleições presidenciais, dizendo que o ato de candidatura "é de cidadania", competindo depois ao PS "debater e decidir sobre o modo como se posiciona face às candidaturas".
"Ou mesmo o PS pode optar por deixar ficar essa questão à consideração dos seus militantes e simpatizantes. Não compete ao PS propor candidatos e não é essa a prática do PS", advertiu José Luís Carneiro.
Logo a seguir, o líder da UGT, Carlos Silva, que estava ao lado de José Luís Carneiro no momento em que este falava à agência Lusa, deixou também uma referência sobre esta questão das eleições presidenciais, embora salientando que o fazia na qualidade de militante socialista.
"Não acrescento nem retiro uma única palavra ou vírgula em relação àquilo que foi agora dito pelo secretário-geral adjunto do PS", declarou Carlos Silva.
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