A nomeação atribui a Perry – que governou o Texas (estado rico em petróleo) entre dezembro de 2000 e janeiro de 2015 e que em tempos chegou a defender a extinção do Departamento da energia – a responsabilidade de supervisionar uma vasta área que inclui a segurança nuclear e as inovações científicas ao nível da energia.
“Como governador do Texas, Rick Perry criou um ambiente negocial que produziu milhões de novos postos de trabalho e um decréscimo dos preços da energia no seu estado, e ele vai trazer a mesma abordagem para todo o nosso país como secretário da Energia”, referiu Trump, num comunicado.
Para o futuro chefe de Estado norte-americano, Perry foi “um dos governadores mais brilhantes da história moderna, tendo liderado o Texas durante um período de crescimento e de prosperidade económica contínua em desenvolvimento de fontes energéticas e de infraestruturas do Estado”.
Perry, de 66 anos, veterano da Força Aérea norte-americana e filho de agricultores, vai suceder no Departamento de Energia ao lusodescendente Ernest Moniz, um físico nuclear que foi um dos protagonistas do acordo nuclear iraniano, assinado entre Washington e Teerão em 2015.
“Estou ansioso para começar a avançar com o desenvolvimento, a administração e a regulação dos nossos recursos energéticos, e para trabalhar para a conservação do nosso arsenal nuclear e para promover uma política energética americana que crie postos de trabalho e que coloque a América como prioridade”, sublinhou Rick Perry, citado na mesma nota informativa.
Donald Trump e James Richard ‘Rick’ Perry nem sempre mantiveram boas relações.
Os dois confrontaram-se durante as eleições primárias para a nomeação presidencial do Partido Republicano. Perry desistiu prematuramente da corrida e apoiou a candidatura de Ted Cruz. Na altura, o republicano classificou o multimilionário como “um cancro para o conservadorismo”.
O texano já tinha sido candidato à nomeação republicana em 2012. Durante um debate, Perry chegou a propor a extinção de três departamentos, incluindo o da Energia.
Donald Trump, vencedor das eleições do passado dia 8 de novembro, será empossado a 20 de janeiro de 2017, numa cerimónia pública junto ao edifício do Capitólio, em Washington.
A pouco mais de um mês de tomar posse, Trump já anunciou vários nomes da sua equipa governativa, muitos dos quais requerem confirmação pelo Senado norte-americano.
Dois dos primeiros nomes avançados foram Reince Priebus, presidente do Comité Nacional Republicano desde 2011, para chefe de gabinete da Casa Branca, e Stephen Bannon, principal estratega da vitória de Trump e ex-diretor executivo do grupo ultraconservador Breitbart News, para ser o principal conselheiro para as estratégias políticas.
O ex-executivo do Goldman Sachs Steven Mnuchin para o cargo de secretário do Tesouro e o empresário Wilbur Ross para o Departamento do Comércio foram outros dos nomes anunciados.
Tom Price (secretário para a Saúde e Serviços Humanos), Michael Flynn (conselheiro para a Segurança Nacional), Jeff Sessions (procurador-geral), Mike Pompeo (diretor da Agência Central de Inteligência, CIA), Betsy DeVos (secretária da Educação), Nikki Haley (embaixadora dos EUA junto das Nações Unidas) e Elaine Chao (secretária dos Transportes) constam igualmente da equipa da futura administração de Donald Trump.
Também foi anunciado o neurocirurgião aposentado e ex-candidato à nomeação presidencial republicana Ben Carson para o cargo de secretário para a Habitação e para o Desenvolvimento Urbano e John Kelly, um general aposentado, para assumir a pasta da Segurança Interna.
Esta semana, Trump divulgou que Rex Tillerson, presidente do conselho de administração da petrolífera ExxonMobil que tem laços estreitos com a Rússia, vai assumir um dos principais lugares da equipa governativa e liderar o Departamento de Estado (equivalente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros).
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