“Está melhor do que estava há um ano, em que se esperava entre nove e 12 meses. Neste momento isso não acontece, mas mesmo assim ainda esperamos dois a quatro meses”, disse à agência Lusa Emília Rodrigues, da associação de doentes SOS Hepatites.

A responsável lembra também que, apesar de esta espera não colocar em causa a eficácia do tratamento, “pode colocar em causa a saúde do doente, porque o fígado continua a degradar-se”.

“Mesmo estando cuidado da hepatite, o fígado pode continuar a degradar-se, quanto mais não tendo o medicamento”, acrescentou.

Emília Rodrigues lembra que os atrasos maiores surgem nos hospitais mais pequenos, no interior do país, e recorda que desde finais de 2017 os pagamentos ficaram a cargo das administrações hospitalares (antes eram da responsabilidade da Administração Central do Sistema de Saúde).

É mesmo uma questão economicista. (…) Eu também entendo as administrações hospitalares e a lei dos compromissos. O doente é que não pode sofrer por causa disso”, sublinhou.

A qualidade de vida destes doentes vai estar em debate no sábado, no VII Congresso Nacional SOS Hepatites, que decorre na sede da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), em Lisboa.