“Já testamos o modelo de forma a garantirmos que há total segurança clínica em que esse medicamento seja distribuído próximo do sítio onde as pessoas moram, dependendo da vontade delas. Isto está a ser trabalhado do ponto de vista técnico, nomeadamente com a Ordem dos Farmacêuticos e com a Associação Nacional de Farmácias”, esclareceu o ministro.
Pizarro disse estar “seguro” de que “no segundo semestre deste ano, na parte final deste ano, o sistema estará generalizado com o benefício muito grande para a vida das pessoas”.
Entre “150 mil a 200 mil portugueses” têm de se deslocar uma vez por mês ao hospital para receber medicamentos, destinados a doenças mais complexas – como doenças oncológicas, doenças autoimunes e certas infeções, como o VIH SIDA – que são fornecidos gratuitamente pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) e “muitas dessas pessoas fazem centenas de quilómetros para levantar o medicamento”, referiu.
O ministro disse ainda que há “pequenas adaptações a fazer, nomeadamente ao nível dos circuitos informáticos”. “Temos de garantir que os medicamentos chegam às pessoas e que não há falhas no abastecimento, embora o abastecimento seja da responsabilidade do SNS”.
“Estamos, no fundo, a entregar de uma forma diferente aquilo que já entregávamos, em vez de obrigarmos as pessoas a fazer em alguns casos dezenas ou centenas de quilómetros para ir ao hospital, estamos a colocar o medicamente na farmácia à escolha da pessoa o mais próximo possível de sua casa”, frisou.
O ministro da Saúde falava aos jornalistas após participar na conferência para assinalar 40.º aniversário da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), que hoje se realizou no Palácio da Bolsa, no Porto.
Manuel Pizarro lembrou que nos últimos três anos começaram a sua formação nesta especialidade mais de 500 jovens médicos.
“A condição principal é formar os médicos suficientes para nos aproximarmos do objetivo de dar a cada português uma equipa de medicina familiar, a segunda condição é criarmos condições para que esses médicos sejam atraídos para ficar no SNS”, disse o ministro.
O governante acrescentou que, “no atual concurso, dos 307 médicos que acabaram a especialidade no continente 278 – um pouco mais de 90% – ficaram no SNS e ainda houve 36 médicos que não estando no SNS vieram ao concurso e ficaram”.
“É um trabalho que temos de continuar a fazer com persistência, temos agora de abrir novas fases deste concurso para tentarmos conseguir que mais algumas dezenas de médicos que estão fora do sistema venham para o SNS”, sublinhou.
Pizarro defendeu ainda a criação de modelos alternativos temporários de prestação de cuidados “para que a realidade no SNS não seja uma realidade boa para quem tem médico de família e ausência de cuidado para quem não tem”.
“Tem de haver modelos alternativos que vamos desenvolver nos próximos meses”, acrescentou.
“Se todos os concursos nos últimos anos tivessem corrido como este ano, com uma taxa de retenção superior a 80% em geral e superior a 90% para os recém-especialistas teríamos a situação bastante melhor do que temos atualmente”, considerou.
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