“Os primeiros navios civis estão a utilizar o corredor temporário para regressar aos portos ucranianos”, anunciou o ministro das Infraestruturas ucraniano, Oleksandre Kubrakov, através da rede social Facebook.
Segundo o ministro, os cargueiros "Resilient Africa" e "Aroyat" confirmaram estar a navegar em direção ao porto de Tchornomorsk para carregar cerca de 20 mil toneladas de trigo, destinadas a África e Ásia.
Os dois navios – com tripulação de cidadãos de Ucrânia, Turquia, Egito e Azerbaijão – são os primeiros, desde meados de julho,a navegar em direção aos portos do sul do país, apesar de a Rússia ter reiterado que considerará as embarcações como inimigas.
No sentido inverso, em direção ao estreito do Bósforo, “cinco cargueiros utilizaram o corredor temporário” implementado por Kiev, acrescentou o governante.
Em meados de julho, a Rússia abandonou o acordo cerealífero assinado com a Ucrânia, sob a égide das Nações Unidas e da Turquia, no verão de 2022, para permitir, no atual contexto de guerra, a exportação de cereais ucranianos, cruciais para a segurança alimentar mundial.
Depois disso, Moscovo levou a cabo uma campanha de bombardeamentos contra as infraestruturas portuárias e cerealíferas da Ucrânia, tendo destruído, em um mês, 270 mil toneladas de cereais, segundo o balanço das autoridades ucranianas feito em agosto.
A ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia, lançada a 24 de fevereiro de 2022, causou a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Desconhece-se a quantidade exata de baixas civis e militares na guerra em curso há quase 19 meses, mas diversas fontes, incluindo as Nações Unidas, estimam que sejam elevadas.
No final de setembro de 2022, a Rússia anunciou a anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, que juntou à Crimeia, anexada em 2014.
Kiev e a generalidade da comunidade internacional consideram as anexações ilegais, pelo que não reconhecem a soberania russa nos cinco territórios.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição de sanções políticas e económicas contra a Rússia.
A Ucrânia exige a retirada das tropas russas de todo o seu território, incluindo a Crimeia, retomando as fronteiras de 1991, quando se tornou independente da União Soviética.
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