O presidente Tusk suspendeu a reunião e esta será retomada às 11:00” locais de terça-feira, menos uma hora em Lisboa, anunciou o porta-voz do dirigente, Preben Aamann, na sua conta na rede social Twitter.

O Conselho Europeu, reunido em Bruxelas desde o final da tarde de domingo, voltou hoje a falhar um acordo sobre as nomeações para os cargos institucionais de topo, incluindo a presidência da Comissão Europeia.

Ao cabo de 18 horas de discussões – os chefes de Estado e de Governo chegaram à cimeira às 18:00 locais de domingo (menos uma hora de Lisboa) e estiveram reunidos, a 28 mas também em encontros bilaterais e várias rondas de consultas, até às 12:20 de hoje -, o presidente do Conselho Europeu suspendeu os trabalhos face à impossibilidade de se chegar a um compromisso, a cerca de 48 horas de o Parlamento Europeu eleger o seu presidente.

Depois de já ter falhado um acordo na cimeira extraordinária de 20 de junho, o Conselho Europeu voltou a não entender-se em torno das soluções propostas, com vários líderes do Partido Popular Europeu (PPE) a oporem-se à solução negociada, em Osaka, entre a chanceler alemã Angela Merkel (PPE), o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez (Socialistas) e o Presidente francês, Emmanuel Macron (Liberais), que previa a designação do socialista holandês Frans Timmermans para a presidência da Comissão Europeia.

Fontes europeias indicaram que as últimas propostas sobre a mesa previam invariavelmente Timmermans como presidente do executivo comunitário, mas não houve entendimento sobre a distribuição dos restantes postos, incluindo os nomes da búlgara Kristalina Georgieva, do Partido Popular Europeu (PPE), para a presidência do Conselho Europeu, do alemão Manfred Weber (PPE) para a presidência do Parlamento Europeu, e do belga Charles Michel (Liberal) para Alto Representante da UE para a Política Externa.

Este novo adiamento acontece em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados ‘em pacote’.

Com o aproximar da sessão constitutiva do PE resta pouco tempo aos líderes da UE para chegar a um entendimento que evite uma crise institucional na UE, e que, em último caso, forçaria a atual ‘Comissão Juncker’ a estender o seu mandato, que termina em 31 de outubro próximo.

O Parlamento Europeu já tinha decidido adiar por 24 horas a eleição do seu novo presidente, que estava agendada para terça-feira, primeiro dia da sessão, e passa para quarta-feira, esperando que até lá o Conselho chegue a um compromisso.