Desde que tomou posse, em 9 de março de 2016, fez alertas sobre a situação política, social, económica ou sanitária, durante a pandemia de covid-19.
Eis alguns dos pontos principais das mensagens de Ano Novo de Marcelo Rebelo de Sousa:
2017: Elogio à “estabilidade política e social” e aviso para o “muito [que há] por fazer”
Na sua primeira mensagem de Ano Novo, quando o país era governado por António Costa com base na ‘geringonça’, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que era indesmentível que existia “estabilidade social e política” em Portugal e que tinham sido dados passos “para corrigir injustiças” e criar um “clima menos tenso”, mas avisou que ainda havia “muito por fazer”.
“O caminho para 2017 é muito simples: não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado. Não perder estabilidade política, paz e concertação, rigor financeiro, cumprimento de compromissos externos, maior justiça social, formação aberta ao mundo, proximidade entre poder e povo”, afirmou, numa mensagem em que também pediu mais “crescimento económico” em 2017.
2018: Reinventar e redescobrir “Portugais esquecidos” após ano de incêndios
Após um ano marcado “sobretudo pelas tragédias dos incêndios”, nomeadamente em Pedrógão Grande, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que 2018 teria de ser “o ano da reinvenção” da confiança dos portugueses “na sua segurança, que é mais do que estabilidade governativa, finanças sãs, crescente emprego, rendimentos”.
“É ter a certeza de que, nos momentos críticos, as missões essenciais do Estado não falham nem se isentam de responsabilidades”, disse, pedindo também que se procurasse redescobrir “vários Portugais esquecidos, porque distantes dos que, habitualmente decidem, pelo voto, os destinos de todos”.
2019: Apelo ao “bom senso” e alerta contra radicalismos em ano de três eleições
Num ano em que se realizaram eleições legislativas, europeias e regionais na Madeira - e em que Chega, Iniciativa Liberal (IL) e Livre conseguiriam eleger, pela primeira vez, um deputado para a Assembleia da República -, Marcelo Rebelo de Sousa pediu “bom senso” aos partidos nas campanhas eleitorais e advertiu que radicalismos, arrogâncias e promessas impossíveis destroem a democracia.
Apelando à participação eleitoral nos três sufrágios, Marcelo incentivou os portugueses “a debater tudo, com liberdade”, mas sem criar “feridas desnecessárias e complicadas de sarar”, pedindo ainda aos candidatos para assumirem o “compromisso de não desiludir” os seus eleitores.
“Pensem como demorou tempo e foi custoso pôr de pé uma democracia e como é fácil destruí-la, com arrogâncias intoleráveis, promessas impossíveis, apelos sem realismo, radicalismos temerários, riscos indesejáveis”, afirmou.
2020: Por um Governo “forte e dialogante” em ano de nova maioria relativa de Costa
A partir da ilha do Corvo, nos Açores, pouco menos de três meses após as legislativas de outubro de 2019 terem dado uma nova vitória ao PS de António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa pediu que 2020 trouxesse um “Governo forte, concretizador e dialogante” e uma “oposição forte e alternativa”.
Apelando à “capacidade de entendimento entre os partidos, quando o interesse nacional assim exija”, o Presidente da República defendeu que, em 2020, deveria haver um foco especial “na saúde, na segurança, na coesão e inclusão, no conhecimento e investimento, convertendo a esperança em realidade”.
2021: Silêncio devido às eleições presidenciais
Em 2021, o Presidente da República abdicou da sua tradicional mensagem de Ano Novo, por se estar então em vésperas da campanha para as eleições presidenciais, nas quais Marcelo Rebelo de Sousa voltaria a ser reeleito na primeira volta, alcançando 60,7% dos votos - um aumento face a 2016, em que tinha obtido 52%.
2022: Virar a página da pandemia e fechar “capítulo da história”
Num ano em que se começava a esboçar o fim da pandemia de covid-19, Marcelo Rebelo de Sousa centrou a sua mensagem de Ano Novo na necessidade de o país “virar a página”, pedindo que 2022 fosse o ano em que o país consolidasse “o percurso da superação da pandemia” e fechasse “um capítulo da história”.
No entanto, três semanas depois de ter decretado a dissolução do parlamento - após o chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 -, Marcelo Rebelo de Sousa abordou também as eleições legislativas de 30 de janeiro, que se avizinhavam, para pedir que o futuro Governo e Assembleia da República tivessem “legitimidade renovada”.
“Uma Assembleia da República que dê voz ao pluralismo de opiniões e soluções, um Governo que possa refazer, também ele, esperanças e confianças perdidas ou enfraquecidas, e garantir previsibilidade para as pessoas e para os seus projetos de vida”, afirmou, pouco menos de um mês antes de os portugueses darem, nas urnas, a maioria absoluta ao PS de António Costa.
2023: Uma maioria absoluta que dá “responsabilidade absoluta” ao Governo
Na sua primeira mensagem de Ano Novo após o PS ter obtido a maioria absoluta, Marcelo avisou que só o executivo e a sua maioria poderiam “enfraquecer ou esvaziar” a estabilidade política, ou “por erros de orgânica, ou por descoordenação, ou por fragmentação interna, ou por inação, ou por falta de transparência, ou por descolagem da realidade”.
Numa altura em que vários membros do Governo de António Costa já se viam envolvidos em casos polémicos, Marcelo Rebelo de Sousa advertiu que 2023 seria um “ano decisivo” e frisou que estava ao alcance do executivo “tirar proveito” da estabilidade política, da segurança, paz e fundos europeus para “atrair turismo, investimento externo e localização de recursos humanos qualificados”.
“Tudo isto está ao nosso alcance e nunca me cansarei de insistir que seria imperdoável que o desbaratássemos”, avisou.
2024: Apelo à participação eleitoral em “ano ainda mais decisivo”
Após a demissão de António Costa e convocação de eleições legislativas para março de 2024, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a mensagem de Ano Novo para afirmar que 2024 seria um ano ainda mais decisivo do que 2023, que tinha terminado “com mais desafios e mais difíceis do aqueles com que havia começado”.
“Ficou claro que, depois da legítima decisão pessoal de cessar funções de quem foi o segundo mais longo chefe do Governo em democracia e o mais longo neste século, deveríamos estar todos atentos e motivados para as eleições de março, para percebermos como vai ser o tempo imediato em Portugal, na avaliação como na escolha”, referiu.
Num ano que viria a ser marcado por quatro eleições - regionais da Madeira e dos Açores, legislativas e europeias -, Marcelo fez um forte apelo à participação dos portugueses nos atos eleitorais, salientando que 2024 iria ser “largamente aquilo que os votantes, em democracia”, quisessem.
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