Duas explosões provocadas por bombistas suicidas na capital afegã, Cabul, resultaram em pelo menos 25 mortos, incluindo o fotojornalista da AFP Shah Marai, e nove outros jornalistas, segundo o Comité de Segurança dos Jornalistas Afegãos citado pela agência Efe. Há ainda registo de pelo menos 45 feridos.

Entre os jornalistas está um repórter afegão da emissora britânica BBC, que em comunicado já lamentou a sua morte. Três outros jornalistas estavam em serviço para televisões afegãs, incluindo um para o canal Tolo News.

Shah Marai, fotógrafo-chefe do escritório da AFP em Cabul, que estava no local da primeira explosão, foi morto no segundo ataque, que ocorreu cerca de trinta minutos depois. O jornalista trabalhava para a AFP desde 1996 e participou na cobertura da invasão dos EUA, em 2001.

Um balanço provisório divulgado pelo Ministério da Saúde afegão dava conta de pelo menos 21 mortos e 27 feridos.

Os repórteres tinham ido cobrir o primeiro ataque suicida, perpetrado pouco antes das 08:00 locais (04:30 em Lisboa), perto da sede dos serviços de inteligência afegãos (NDS), conhecida como “Presidência 90".

“O bombista suicida fez-se explodir entre os jornalistas”, disse o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.

O duplo atentado foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Num comunicado oficial do grupo ‘jihadista’ difundido pelos canais Telegram, ligados ao denominado Estado Islâmico, os bombistas suicidas são identificados como Qaqaa al Kurdi e Jalil al Qurashi.

Cabul tornou-se, segundo a ONU, o local mais perigoso no Afeganistão para os civis, com o aumento dos ataques, geralmente perpetrados por homens-bomba e reivindicados pelos talibãs ou pelo denominado Estado Islâmico (IS).