Vários clientes da Vodafone começaram a denunciar nas redes sociais a presença de números aparentemente desconhecidos, mas associados à operadora, gravados nos contactos dos seus telemóveis.

Temendo tratar-se de uma das consequências do ciberataque à operadora, o alerta feito pelos utilizadores era de que apagassem esses números, julgando poder tratar-se de uma tentativa de phishing.

No entanto, a Vodafone vai veio esclarecer que esses números são oficiais e a sua existência já era prévia ao ciberataque, sendo parte de uma funcionalidade da aplicação MyVodafone. Ou seja, estes contactos não estão relacionados de forma alguma com os eventos dos últimos dias.

"A Vodafone esclarece que os números listados debaixo do contacto Vodafone que aparecem em algumas listas de contactos dos clientes pertencem todos à Vodafone. Decorrem de uma funcionalidade da APP My Vodafone, já existente, que permite ao cliente identificar a origem do número chamador associado a campanhas de marketing", adianta a operadora, em comunicado.

O objetivo da gravação destes contactos, explica a nota, é "dar aos clientes a possibilidade de atender, ou não, chamadas provenientes da Vodafone". Ou seja, a aplicação da Vodafone grava os contactos no telemóvel para permitir aos clientes perceberem de antemão que quem os contacta é a operadora.

"A disponibilização destes contactos, ao abrigo desta funcionalidade, não está relacionada com o ciberataque", garante a Vodafone, sugerindo ainda que "caso os clientes não pretendam identificar o número chamador como Vodafone, podem apagar este contacto do telefone".

A Vodafone assumiu esta ontem que foi alvo de um ciberataque na segunda-feira e disse que não tem indícios de que os dados de clientes tenham sido acedidos e/ou comprometidos, estando determinada em repor a normalidade dos serviços.

A Vodafone lamentou, através de uma nota, os transtornos causados aos clientes e informou que tem "uma equipa experiente" de profissionais de cibersegurança que, em conjunto com as autoridades competentes, está a realizar uma investigação aprofundada "para perceber e ultrapassar a situação".

A empresa disse que foi alvo de um "ciberataque deliberado e malicioso" com o objetivo de causar danos e perturbações e garantiu que assim que foi detetado o primeiro sinal de um problema na rede, agiu "de forma imediata para identificar e conter os efeitos e repor os serviços" e explica que a situação está a afetar a prestação de serviços baseados em redes de dados, nomeadamente rede 4G/5G, serviços fixos de voz, televisão, SMS e serviços de atendimento voz/digital.

Mais tarde, a operadora referiu, em novo comunicado, que já começou a restabelecer a rede 4G, mas que "este arranque está de momento condicionado a zonas restritas do país, estando gradualmente a ser expandido para o maior número possível de clientes".

A Vodafone adianta ainda que "o serviço está igualmente sujeito a algumas limitações, nomeadamente no que respeita à velocidade máxima permitida de forma a garantir uma melhor monitorização da utilização da rede, bem como uma distribuição mais equitativa e sustentável da capacidade disponibilizada" aos seus clientes.

Este ataque informático está a ser investigado pela Polícia Judiciária, em colaboração com entidades internacionais e também com os serviços secretos. No entanto, a PJ considera “prematuro” associar este ataque a outros ocorridos recentemente.