“Deve dar-se primazia à utilização de testes confiáveis, acessíveis e rápidos em vez de proibições ao direito de viajar”, defendeu José Lopes, numa resposta escrita à Lusa.
O responsável afirmou, ainda, que “não é aceitável que os passageiros tenham de suportar o custo de um tipo de teste, que é, muitas vezes, mais caro do que a própria viagem”.
Esta posição surge depois de, na quinta-feira, mais de 60 organizações de viagens e de turismo, representativas do setor europeu, incluindo a easyJet, terem pedido aos países da União Europeia (UE) um plano para a retoma do setor no verão, solicitando também a ajuda de Bruxelas para recuperar a liberdade de circulação.
O diretor para Portugal da companhia aérea de baixo custo considerou também que “não é justo” sujeitar a quarentena as pessoas que, para poderem viajar, já apresentaram um teste negativo para a presença de coronavírus.
Adicionalmente, a transportadora defendeu que, “com base em evidências recentes”, as pessoas vacinadas contra a covid-19 devem ser isentas de testes, quarentena e outras restrições para viajar.
“A vacinação, não devendo ser um pré-requisito para viajar, deve ser utilizada para auxiliar a este reinício das viagens aéreas”, sublinhou José Lopes.
Neste sentido, o responsável considerou que os países da União Europeia “devem, urgentemente, chegar a acordo para a existência de formulários, requisitos para documentação e/ou certificados de vacinação que possam ser implementados à medida que o processo de vacinação acelera no espaço europeu”, lembrando, ainda, que “a maioria destas soluções já está a ser implementada na Madeira”.
José Lopes lembrou que na Madeira, o custo do teste para viajantes é suportado pela região autónoma, “obtendo um retorno posterior ao ver o impacto positivo dessas medidas na economia regional”.
A easyJet reiterou que “é hora de se implementar uma política europeia comum que garanta uma abordagem homogénea para as viagens internacionais dentro do espaço europeu”, terminando, assim, com “as restrições avulsas por toda a Europa”, que, na sua ótica, criam uma “enorme destabilização entre os setores de viagens e turismo europeus e seus trabalhadores”.
Uma política comum para o setor da aviação daria também “uma perspetiva de clareza e previsibilidade em torno dessas mesmas restrições”, o que José Lopes considerou “absolutamente vital” para “mitigar o risco para o emprego em todo o setor e o enorme impacto negativo junto da economia europeia”.
“É muito importante que se estabelece um conjunto claro de medidas coordenadas e uma visibilidade de como será o futuro (em qualquer possível cenário, de melhoria ou de nova vaga) que ajude a restabelecer a confiança do público. Essa é a única possibilidade que temos de poder salvar a próxima temporada de verão”, salientou o diretor.
José Lopes disse acreditar que as pessoas “estão cheias de vontade” de viajar, porém isso “só será possível com o levantar de restrições, que são, neste momento, o maior entrave a circulação de pessoas dentro da Europa”.
“É urgente preparar desde já um plano de retoma”, acrescentou, instando os Governos a agir neste sentido.
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