“A easyJet é o segundo maior operador no Algarve e queremos continuar a apostar e a crescer nesta região e a ser um dos principais contribuintes para que a região continue a ter emprego e crescimento económico”, afirmou o responsável, no dia em que a companhia aérea anunciou que a sua base em Faro passa a contar com mais um avião, que se junta aos três que já estavam naquela base e a mais oito que operam para Faro, embora não estejam baseados naquele aeroporto.

José Lopes lembrou que a região do Algarve tem um peso “muito grande” para o setor turístico e daí a transportadora ter tomado a “decisão estratégica” de basear mais um avião em Faro.

O responsável apontou ainda que serão criados mais 30 postos de trabalho diretos, entre pilotos e tripulantes de cabine, passando a contar com “cerca de 475” trabalhadores em Portugal.

Quanto à retoma da operação, fortemente afetada pela pandemia de covid-19, José Lopes adiantou que a empresa tem registado um aumento da procura nos últimos dias, depois do anúncio de que haverá reciprocidade na aceitação de certificados de vacinas entre o Reino Unido e a União Europeia, a partir de outubro.

“Existe alguma movimentação, ainda estamos a operar, como é sabido, abaixo dos níveis normais. […] Nós, neste momento, aqui em Portugal, estamos a operar à volta de 86%, 87% do que comparado com uma situação de normalidade”, apontou José Lopes, acrescentando esperar que, em novembro, a easyJet esteja a operar à volta de 92% do que operava em 2019.

“Pouco a pouco, vamos tentando que exista aqui esta retoma e esta decisão estratégica da easyJet, que olha para Portugal como um mercado muito importante, onde vamos continuar a querer crescer, é parte deste projeto que nós temos de nos posicionarmos como companhia que quer estar pronta para quando a retoma avançar em pleno”, acrescentou.

EasyJet espera que ajuda à TAP não seja usada para fazer concorrência

O diretor da easyJet para Portugal disse esperar que o plano de reestruturação da TAP, que aguarda aprovação de Bruxelas, tenha como objetivo tornar a empresa lucrativa, mas que as ajudas não sirvam para fazer concorrência e baixar tarifas.

“O plano de reestruturação [da TAP], que ainda não foi aprovado, esperemos que seja em breve para que possamos conhecer em detalhe todas as suas vertentes, [esperemos] que seja um plano que realmente tem como objetivo sanear a empresa, para que ela possa no futuro ser lucrativa e que esses valores [de ajuda] não sejam usados para fazer concorrência, por exemplo, baixando tarifas”, defendeu José Lopes.

Sublinhando que a easyJet não se opõe, por princípio, a ajudas de Estado, o responsável apontou, no entanto, que a ajuda de Estado à TAP é superior à que foi dada a outras companhias europeias, que não estavam em situação financeira difícil antes da pandemia de covid-19.

“Se nós olharmos para o montante que se tem vindo a falar publicamente, o total de ajudas de Estado a ser dadas à TAP, se compararmos com as ajudas estatais que foram dadas a outras empresas europeias que não estavam em situação deficitária antes da pandemia, o valor que está a ser dado à TAP é superior por unidade, portanto por número de avião, […] é maior do que foi dado a essas empresas e a reestruturação que está anunciada é inferior percentualmente à reestruturação que foi feita em praticamente todas as grandes empresas na Europa”, destacou José Lopes.

A easyJet afirmou ainda que vai continuar a acompanhar o “dossiê” TAP.

“O importante é que se criem remédios para que estas ajudas de Estado que estão a ser dadas e que serão dadas não distorçam demasiado a concorrência”, reiterou.