Sem revelar a identidade do comprador ou condições da oferta, o presidente-executivo da easyJet, Johan Lundgren, disse numa conferência de imprensa que "foi uma proposta muito recente, não vinculativa, muito preliminar” e que "a administração não hesitou e rejeitou rapidamente”.
Para ser avaliada, uma potencial proposta de aquisição "tem de oferecer valor para os acionistas e esta não estava perto”, explicou, referindo que a decisão foi tomada por unanimidade pela administração após o conselho dos consultores, ainda antes de ser discutida com os acionistas.
As ações chegaram a desvalorizar 9% na abertura da Bolsa de Londres, mas, entretanto, recuperaram ligeiramente.
O aumento de capital anunciado hoje pretende reforçar as contas da transportadora britânica tendo em conta o impacto da pandemia covid-19, que afetou gravemente o setor da aviação.
A easyJet registou prejuízos antes de impostos declarados de 747 milhões de euros (645 milhões de libras) no primeiro semestre fiscal encerrado em 31 de março, tendo a dívida alcançado os dois mil milhões de libras (2,34 mil milhões de euros).
“O aumento de capital anunciado hoje não só fortalece o nosso balanço, permitindo-nos acelerar o nosso plano de recuperação pós-covid-19, mas também nos posiciona para o crescimento, de modo a que possamos aproveitar as oportunidades de investimento estratégico que se espera que surjam à medida que a indústria de aviação europeia emerge da pandemia”, disse Lundgren.
O presidente da Easyjet adiantou que a companhia aérea está a avaliar a candidatura a ’slots’ em aeroportos como o de Gatwick (Londres) e Orly (Paris) que concorrentes tenham deixado vagos.
Lundgren disse que a Easyjet está a voar com uma capacidade de 73% face a 2019 na Europa, mas de apenas 32% no Reino Unido, diferença que atribuiu ao excesso de testes e regras impostos pelas autoridades britânicas.
“Se as regras forem aliviadas, poderemos aumentar significativamente [a capacidade]”, garantiu.
A easyjet inaugurou em junho a terceira base em Portugal, em Faro, juntando-se à de Lisboa e do Porto, estabelecidas em 2012 e 2015, respetivamente.
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