“Fiquei muito chocado ontem [quinta-feira] ao tomar conhecimento da morte do doutor Jorge Miguéis. Foi uma morte repentina, ainda há poucos dias tinha contactado com ele sobre questões de preparação das inovações que marcarão as eleições deste ano, designadamente o voto eletrónico”, começou por dizer o ministro, em declarações à Lusa.
Eduardo Cabrita disse que Jorge Miguéis está ligado à história do processo eleitoral em Portugal, tendo começado a trabalhar como técnico para as primeiras eleições para a Assembleia Constituinte em 1975.
“Pode-se dizer que, do ponto de vista da credibilidade e da confiança dos portugueses nas suas eleições, Jorge Miguéis foi um verdadeiro pilar da democracia”, acrescentou o ministro da Administração Interna.
Segundo o governante, Jorge Migues fez carreira no Ministério da Administração Interna (MAI) e era agora o representante do MAI na CNE “seguindo sempre, mesmo nos últimos anos, já reformado nesta função na CNE, apaixonadamente todas as matérias ligadas ao bom funcionamento das eleições”.
“Estava a seguir as questões que irão ser novidade neste ano eleitoral, do voto eletrónico aos boletins do voto em braille ao alargamento do voto antecipado. É uma perda para o MAI, mas é uma perda também para a democracia portuguesa”, realçou Cabrita.
Jorge Miguéis, membro da CNE desde 18 de abril de 1996 e atualmente substituto do presidente eleito, "faleceu inesperadamente na sua residência", anunciou hoje a instituição.
De acordo com o porta-voz da CNE, João Tiago Machado, Jorge Miguéis vivia sozinho e foi encontrado morto na sua casa na quinta-feira, depois de ter falhado um compromisso e não ter atendido chamadas na quarta-feira.
Jorge Miguéis foi quadro do ex-Secretariado Técnico dos Assuntos para o Processo Eleitoral (STAPE), da Direção-Geral e da Secretaria-Geral da Administração Interna que lhe sucedeu, organismos de que foi Diretor-Geral Adjunto, Diretor-Geral e Secretário-Geral Adjunto para a Área Eleitoral.
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