“Está bem patente no programa de governo que a educação é uma prioridade e de que o seu debate deve comprometer com cumplicidade convergente toda a sociedade: este parlamento, os docentes, os discentes e a comunidade inteira”, declarou Bolieiro.
O líder regional interveio no debate sobre a educação, no âmbito da discussão do Plano e Orçamento da região para 2021, que decorre na Assembleia Regional, na cidade da Horta.
Bolieiro expressou a sua “desilusão” sobre a maneira como o debate decorria devido aos “truques regimentais” para pôr em causa a “capacidade de resposta” do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM às questões dos deputados socialistas.
“Não podemos estar satisfeitos com o alcançado em matéria de sucesso educativo na região, não podemos estar satisfeitos com o nível de investimento de educação nos Açores”, acrescentou.
O presidente do Governo dos Açores disse ainda que os “meios financeiros” foram alocados ao setor da Educação com a “prudência de quem sabe a capacidade de execução”.
“Eu vejo esse debate sobre a luz da responsabilidade e não sobre a disputa de quem fez e quem não fez. Parece que a memória perdeu o sentido da responsabilidade do pretérito e está indisponível para assumir a responsabilidade do futuro”, apontou.
O líder parlamentar do PS, Vasco Cordeiro, salientou que “fruto das prioridades” do Governo Regional, a “edução tem menos dinheiro” neste Plano e Orçamento.
“Deixo aqui um desafio: baixe menos os impostos sobre quem ganha mais e invista mais na educação”, disse o socialista a Bolieiro.
Antes, Vasco Cordeiro, que é também antigo presidente do Governo Regional, salientou que, nos seis anos da sua governação, a taxa de retenção no segundo ciclo baixou de 17% para 6,5% e de 24% para 11% no terceiro ciclo.
Em resposta, o líder parlamentar do PSD/Açores, Pedro Nascimento Cabral, acusou o PS de levar a região aos “mais desastrosos números” na Educação, salientando que cerca de 70% da população açoriana com mais de 15 anos não tem o ensino secundário completo e que a taxa de abandono escolar precoce é de 27%.
O debate sobre a educação começou com a intervenção da secretária regional da Educação Sofia Ribeiro, que referiu que o Plano e Orçamento da região é dedicado “somente” para “aplicação no corrente ano”, porque “lança a semente para uma nova estratégia na Educação nos Açores”.
O deputado do BE António Lima destacou a necessidade de abrir vagas para a integração dos 1000 operacionais com “vínculos precários” que cumprem necessidades permanentes nas escolas.
A líder parlamentar do CDS-PP/Açores, Catarina Cabeceiras, destacou a importância de ter um “planeamento ajustado à taxa de execução”, respondendo às críticas do deputado socialista Rodolfo Franca que visou a diminuição de verbas para a educação.
Durante esta semana está a decorrer na Assembleia Regional, no Faial, a discussão do Plano e Orçamento dos Açores para 2021, que serão votados na sexta-feira.
O Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM, é suportado no parlamento pelos partidos que integram o executivo e pela Iniciativa Liberal e pelo Chega.
José Manuel Bolieiro tomou posse como presidente do Governo dos Açores em novembro de 2020, terminando com um ciclo de 24 anos de governação do PS na região: de 1996 a 2012 sob a liderança de Carlos César; de 2012 a 2020 com Vasco Cordeiro na chefia do executivo.
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