“Eu e os meus advogados conversámos sobre isto e eu não vou testemunhar”, disse Joaquin “El Chapo” Guzmán, numa das poucas vezes em que falou no tribunal federal de Brooklyn, em Nova Iorque, onde decorre o julgamento.
Esta decisão, juntamente com o plano da defesa de chamar apenas duas testemunhas, pode levar o julgamento a terminar mais cedo do que o esperado.
A sessão de hoje ficou também marcada pela presença do ator que interpretou Guzmán na série “Narcos: México”, do canal Netflix, com o réu a sorrir e a acenar para Alejandro Edda.
“Foi um momento surreal, tenho de ser honesto. Como ator, o meu objetivo é dar verdade ao meu personagem e eu vim para estudar um homem que, de certa forma, é um mito, uma lenda”, afirmou o ator.
Joaquin Guzmán, de 61 anos, é acusado de ter dirigido entre 1989 e 2014 o cartel de Sinaloa, que enviou para os Estados Unidos da América mais de 154 toneladas de cocaína e grandes quantidades de heroína, metanfetaminas e marijuana, avaliadas em mais de 14 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros).
De acordo com as autoridades norte-americanas, “El Chapo” tornou-se o traficante mais poderoso do mundo após a morte do colombiano Pablo Escobar, em 1993. Se for condenado, Guzmán arrisca a prisão perpétua.
É também suspeito de protagonizar uma campanha de assassínios e sequestros e da lavagem de milhares de milhões de dólares.
Preso pela primeira vez na Guatemala, em 1993, e após ser condenado a 21 anos de prisão, Guzmán escapou em 2001 de uma penitenciária de alta segurança de Puente Grande (estado de Jalisco).
Após 13 anos em fuga, foi capturado em 2014, mas escapou um ano mais tarde de uma prisão de máxima segurança de Altiplano, perto da Cidade do México, através de um túnel com 1,5 quilómetros.
Em janeiro de 2016, e após várias tentativas, o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciou finalmente a captura de “El Chapo”.
Um ano mais tarde, o suspeito foi extraditado para os Estados Unidos.
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