André Silva participou hoje à tarde numa ação de campanha com o cabeça de lista do PAN pelo círculo de Santarém às legislativas de 06 de outubro, Pedro Machado, dedicada à temática do ambiente, tendo convidado associações ambientalistas e defensores do Tejo para uma caminhada pelo centro histórico da cidade que culminou numa conversa no jardim das Portas do Sol, com a paisagem do rio como fundo.
Questionado sobre as acusações de radicalismo e autoritarismo de que o partido tem sido alvo, André Silva considerou “absolutamente irónico” que elas venham “essencialmente do CDS”, um partido “perfeitamente discriminatório e não inclusivo”.
“Neste momento parece que não há qualquer mensagem por parte dos outros partidos, que não são escrutinados, e há uma espécie de PANfobia, em que não se fala de outra coisa, de um projeto que supostamente é perigoso para o país e que toda a gente quer bater e quase diabolizar. É absolutamente exagerado”, declarou.
Para André Silva, essas acusações “fúteis e vazias” surgem na “falta de debate político e de ideias”, assegurando que o partido continuará a fazer uma campanha “construtiva”, pedindo o reforço da sua representação para “avançar com algumas causas difíceis do século XXI”, que exigem políticas de longo prazo, e não entrando “nos leilões eleitorais de dar tudo a todos e prometer tudo a todos”.
“Diria que estão tomados um pouco por algum medo, algum receio do crescimento do PAN”, declarou.
Sobre o debate de hoje à noite entre os líderes do PS, António Costa, e do PSD, Rui Rio, o líder do PAN pediu “maior clarificação de alguns assuntos”, por exemplo na área do ambiente, “que todos dizem ser uma das principais prioridades e que muitos partidos têm como primeiro capítulo que abre os seus programas eleitorais”, mas que só surge “nos debates em que o PAN está presente”.
“Era importante percebermos qual é que é a perspetiva desses dois partidos para os próximos 20, 30, 40 anos, não para os próximos quatro anos, não para as perspetivas de crescimento económico ou abrandamento económico do próximo ano. Esse debate é importante, mas é cada vez mais importante fazer o que nunca fazemos, que é debatermos o futuro das próximas gerações”, afirmou.
A situação do Tejo dominou a conversa com ambientalistas da região, tendo André Silva defendido a revisão da Convenção de Albufeira, no sentido da definição de caudais mínimos diários e da garantia da qualidade da água, que “tantas vezes vem contaminada de Espanha”.
Paulo Constantino, do movimento Protejo, e Arlindo Marques, apelidado de “guardião do Tejo” graças às denúncias que levaram à adoção de medidas junto de indústrias poluidoras, manifestaram ainda preocupação com o impacto de projetos que visam a construção de mais albufeiras e açudes no rio e que visam sobretudo a agricultura intensiva, altamente poluidora, e a produção de eletricidade.
Paulo Constantino disse à Lusa que irá participar em ações de campanha de outros partidos (PS, BE e NC), para as quais o movimento foi convidado, sendo seu objetivo transmitir as preocupações dos ambientalistas e conseguir a assinatura da Carta de Compromisso a favor do rio.
O distrito de Santarém elege nove dos 230 deputados à Assembleia da República, tendo, nas legislativas de outubro de 2015, registado uma taxa de abstenção de 42,1%, abaixo dos 43% a nível nacional.
Há quatro anos, a coligação PPD-PSD/CDS-PP foi a mais votada, com 35,8% dos votos, elegendo quatro deputados (três do PSD e uma do CDS), o PS obteve 33% dos votos e elegeu três deputados, tendo os restantes dois sido conquistados pelo BE (10,8%) e pela CDU (9,6%).
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