Em declarações à Lusa, Jorge Vilela explicou que estavam elementos da Junta de Freguesia, afeta ao CDS, à porta do edifício a "receber e encaminhar" quem lá chegava, tendo mesmo visto casos em que "tiraram das mãos os cartões de cidadão" dos eleitores e os "acompanharam até às urnas".

Confrontado com estas acusações, o presidente da junta, Luís Pedroso, considerou aquelas acusações de "inqualificáveis" e que só "podem ser feitas por quem não conhece a realidade", tendo em conta as "alterações de mesas e locais" neste ato eleitoral.

"Eu apresentei primeiro um voto oral, em que pedi ao senhor presidente da Junta que não continuasse a ter aquela atitude, que é recorrente, e que ia além dos serviços a que os elementos da junta estão adstritos. Como ele continuou, liguei para a Comissão Nacional de Eleições (CNE) que me disse para apresentar um protesto por escrito", explicou Jorge Vilela.

Segundo o delegado àquela mesa de assembleia de voto, “o presidente sabe que a presença dele ali tem um efeito, é natural que tenha, pelo que ele não devia ter este tipo de comportamentos".

Em resposta, Luis Pedroso disse à Lusa "saber bem o lugar" que ocupa: "Eu estava a encaminhar os eleitores para as respetivas meses e secções corretas, alguns dos nossos eleitores já têm idade, não sabiam que basta o cartão de cidadão e estavam como que perdidos", explicou.

Para o autarca "numa altura em que a democracia está já consolidada pensar que a presença de alguém vai condicionar o voto de um eleitor só pode vir de alguém que não conhece a realidade".

A votação sobre o protesto apresentado pelo delegado do BE ficou marcada para as 15.00.

Concorrem hoje a um lugar na Assembleia da República, por Braga, 20 partidos para eleger 19 deputados, num universo de 778.369 eleitores.

Mais de 10,8 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura e de onde sairá o novo Governo.

Esta é a 16.ª vez que os portugueses serão chamados a votar em legislativas, concorrendo a estas eleições um número recorde de forças políticas - 20 partidos e uma coligação - embora apenas 15 se apresentem a todos os círculos eleitorais.

No total, são eleitos 230 deputados numas eleições que, ao longo dos anos, têm vindo a registar um aumento da taxa de abstenção.

Em 2015, a taxa de abstenção atingiu o recorde de 44,4%, comparando com os 8,3% nas eleições para a Assembleia Constituinte, em 1975, ou os 16,4% das primeiras legislativas, em 1976.