À hora de abertura das urnas, às 08:00, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, já uma longa fila se formava à porta, com as primeiras pessoas a chegar ao local pelas 05:00, segundo relataram à Lusa agentes da Polícia de Segurança Pública à porta da faculdade.
Para Marcelo Resende, que votou pela primeira vez em Portugal, a grande afluência de brasileiros às urnas em Lisboa foi “uma surpresa”.
“Aqui a fila é bastante, mas não para, está sempre andando”, disse à Lusa o jovem, que votou "para mudar o curso do Brasil”.
“Que a democracia seja feita, que possamos mudar o curso do Brasil, que as coisas melhorem. […] Creio que este Presidente atual [Jair Bolsonaro] não fez o que era suposto ser feito para a população brasileira, creio que a mudança é o melhor para a gente ver como é que correm ou não as coisas”, defendeu Marcelo Resende à saída da faculdade depois de votar.
Quanto a uma eventual segunda volta das eleições, Marcelo Resende disse acreditar que “infelizmente” irá acontecer. “As pessoas estão bem divididas, então acho que vai ter segunda volta”, realçou.
Já Eduardo, que exibia uma t-shirt de apoio a Bolsonaro, espera que o país “não volte ao que tinha antes”.
“O partido que tinha antes foi muita corrupção, muita coisa que eles descobriram, então acho que é melhor continuar o que tem lá, por enquanto”, disse à lusa.
Também a votar pela primeira vez em Portugal, Eduardo disse estar “abismado” com a quantidade de brasileiros a acorrer às urnas logo pela manhã e, por isso, acredita que “não haverá” segunda volta.
Caio Arruda, mais um jovem brasileiro a votar pela primeira vez em Lisboa, considerou que a mudança de Presidente “é, sem sombra de dúvida” o melhor para o Brasil.
“Felizmente, a gente está com muita esperança para começar um novo ciclo no país e deixar toda esta bagunça para trás e, realmente, voltar a acreditar no nosso país e que, a partir de agora, a gente possa ter mais esperança para um Brasil melhor”, afirmou Caio Arruda, que estava acompanhado por uma jovem com uma T-shirt vermelha onde se lia “Lula livre”.
Caio Arruda destacou ainda a rapidez com que o processo de voto está a decorrer, tendo demorado “apenas uma hora”, apesar da longa fila, e disse esperar que não haja segunda volta.
“Se houver, estarei aqui também, mas estou esperançoso para que no primeiro turno já esteja tudo resolvido”, afirmou.
Às presidenciais brasileiras concorrem 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
Caso nenhum dos candidatos obtenha a maioria de 50% mais um voto em 02 de outubro, a segunda volta realiza-se com os dois mais votados no dia 30.
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