“Naturalmente, respeitamos sempre a autonomia do PSD/Madeira, mas aquilo que são as informações que tenho, é que há todas as condições para que se forme um Governo de maioria através de negociações com o CDS”, afirmou Rui Rio, em conferência de imprensa na sede nacional do PSD, em Lisboa.
O PSD venceu hoje as eleições legislativas regionais da Madeira, com 39,42% dos votos, mas perdeu, pela primeira vez, a maioria absoluta, elegendo 21 dos 47 deputados.
Rio deu os parabéns ao atual líder do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, que considerou “o principal rosto desta vitória”, mas também ao anterior, Alberto João Jardim, pelo “legado extraordinário” que deixou na Região Autónoma e pela “ajuda” que deu na campanha.
Questionado sobre a perda da maioria absoluta, Rio contrapôs que “43 anos de vitórias é uma marca dificílima de igualar”.
“A principal mensagem dos madeirenses ao PSD é de contentamento relativamente ao trabalho de anos e anos. Não podemos esperar que, ao fim de quase meio século, o PSD tivesse sistematicamente maiorias absolutas. O resultado é muitíssimo bom”, defendeu.
O presidente do PSD atribuiu os resultados de hoje na Madeira a uma concentração de “voto útil” no PS, que resultou “no desaparecimento do BE e numa brutal queda do PCP”, sem significar a vitória dos socialistas.
“Aquilo que foi a intenção das pessoas que não votaram no seu partido – neste caso, o PCP ou o BE - e votaram no PS, perderam, como se costuma dizer, pau e bola”, considerou.
Questionado sobre as consequências deste resultado nas legislativas de 06 de outubro, Rio salientou que “cada eleição é uma eleição”, mas admitiu que é melhor que o PSD tenha vencido.
“É evidente que é sempre preferível ganhar do que não ganhar, isto moraliza sempre, agora cada eleição é uma eleição”, afirmou, acrescentando que “seria cínico dizer que esta influenciava muito” e as europeias “não influenciavam nada”, numa alusão à derrota do PSD em maio com menos de 22%, o pior resultado de sempre.
Ainda assim, Rui Rio considerou que “é melhor” enfrentar a campanha para as legislativas com uma vitória na Madeira, frisando que “nenhum presidente do PSD quer ser aquele que um dia vai estar à frente do partido quando, inevitavelmente, perder as eleições na Madeira”,
“Ouvi muito recentemente o presidente do PS, Carlos César, a dizer que já lhe cheirava a vitória do PS na Madeira. Espero que, neste momento, relativamente a 06 de outubro já lhe esteja a cheirar à mesma coisa”, ironizou.
O líder social-democrata saudou ainda a diminuição da abstenção nas eleições regionais da Madeira e todos os deputados eleitos para a Assembleia Legislativa Regional.
De acordo com informação disponibilizada pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, o PS obteve 35,76% e elegeu 19 deputados.
O CDS-PP, com 5,76% dos votos e três deputados, foi a terceira força política mais votada, seguido pelo JPP, com 5,47% e também três parlamentares.
A CDU conquista um lugar, depois de alcançar 1,80% dos votos.
Mais nenhum partido conseguiu eleger deputados para a Assembleia Legislativa da Madeira, que tem um total de 47.
A abstenção foi de 44,49%.
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