Falando à agência Lusa no âmbito de uma ação de campanha que decorreu esta manhã em Santana, no norte da Madeira, o candidato realçou que a “cidade está completamente abandonada e esquecida”, não havendo apoios à juventude nem à fixação de pessoas.

“Santana, infelizmente, é um concelho já muito envelhecido. E o contacto porta a porta tem sido dificultado por isso. As pessoas estão dentro de casa e na rua não se encontram jovens, pois esta cidade está completamente abandonada”, disse o cabeça de lista do RIR – Reagir, Incluir e Reciclar.

Roberto Vieira afirmou também que “o serviço de urgência [em Santana] não funciona à noite”, pelo que “as pessoas têm de ser encaminhadas para Machico ou para o Funchal”.

Por outro lado, sublinhou, o concelho é visitado diariamente por turistas, para ver sobretudo as casas típicas de Santana, não tendo, na sua ótica, muito mais para visitar.

“Fica simplesmente uma pequena fotografia e pouco mais do que isso”, acrescentou.

“Aqui no norte, o Governo [Regional] tem que investir. Sendo uma zona turística, há que apostar mais no turismo, apoiar mais esta gente que ainda não tem as portas abertas de um ou outro negócio e apostar na agricultura”, defendeu o candidato do RIR.

Roberto Vieira referiu também que a maioria das pessoas ainda não conhece o RIR e que o contacto com a população tem sido feito sobretudo junto dos proprietários de cafés “para que passem a mensagem de um novo partido”.

Vieira, que durante anos foi o rosto do Movimento Partido da Terra (MPT) na Madeira, demitiu-se desta força partidária e é o cabeça de lista do Reagir, Incluir, Reciclar (RIR).

Nascido em abril de 1971, no Funchal, o professor do 1.º ciclo candidatou-se em 2009, enquanto coordenador do MPT insular, à presidência da Câmara Municipal do Funchal e repetiu a candidatura em 2017, mas pela coligação com o PPV/CDC.

Tornou-se coordenador do MPT da Madeira, mas, em junho de 2019, demitiu-se do cargo em protesto pela decisão do Tribunal Constitucional, que invalidou a eleição do presidente nacional do partido, Luis Matos Vicente, reconhecendo o ex-eurodeputado cessante José Inácio Faria como líder do partido.

As eleições legislativas regionais da Madeira decorrem em 22 de setembro, com 16 partidos e uma coligação a disputar os 47 lugares no parlamento regional.

PDR, CHEGA, PNR, BE, PS, PAN, Aliança, Partido da Terra-MPT, PCTP/MRPP, PPD/PSD, Iniciativa Liberal, PTP, PURP, CDS-PP, CDU (PCP/PEV), JPP e RIR são as 17 candidaturas validadas para estas eleições, com um círculo único.

Nas regionais de 2015, os sociais-democratas seguraram a maioria absoluta - com que sempre governaram a Madeira - por um deputado, com 24 dos 47 parlamentares.