"Felicitei Emmanuel Macron pela vitória nas eleições presidenciais francesas. É com grande entusiasmo que encaro a perspetiva de continuarmos a trabalhar em conjunto nos próximos quatro anos. O Povo francês demonstrou uma vez mais o seu compromisso com o projeto europeu", escreveu o primeiro-ministro português na sua conta oficial do Twitter.

"Nos tempos desafiantes que o nosso continente e o mundo atravessam, é fundamental continuar a contar com a #França na defesa do multilateralismo, da segurança, do combate às alterações climáticas e empenhada na construção de uma #Europa humanista, justa, verde e próspera", completou Costa num tweet subsequente.

Já em declarações aos jornalistas, na feira agropecuária Ovibeja, em Beja, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que "já foi concedida a derrota" pela candidata da extrema-direita Marine Le Pen, após a divulgação das primeiras projeções.

Por isso, o chefe de Estado enviou "um abraço de felicitações muito caloroso e muito amigo a Emmanuel Macron" pela sua reeleição como Presidente de França.

"É uma vitória da União Europeia, é uma vitória do reforço da relação entre a União Europeia e os demais aliados do outro lado do Atlântico. É uma vitória de quem sempre soube compreender a comunidade portuguesa em França, é uma vitória de quem soube sempre compreender o que é a imigração e a integração dos imigrantes no seu país, uma vitória contra a xenofobia, contra as discriminações de toda a natureza", considerou.

O presidente do PSD, Rui Rio, também já reagiu, considerando a reeleição de Macron "o melhor resultado em termos de projeto europeu”, disse aos jornalistas, durante a visita à feira agropecuária Ovibeja, que está a decorrer em Beja.

Segundo Rui Rio, “o projeto europeu ganhou com este resultado, na exata medida em que o que aconteceria com [a candidata de extrema-direita] Marine Le Pen não se sabe, mas aquilo que acontece com Emmanuel sabemos, que é continuar o projeto europeu”, o qual “é fundamental”.

“E é fundamental para que ele continue, que quer a Alemanha, quer a França se mantenham muito fiéis ao projeto europeu, que, se outras forças, designadamente mais à direita, a extrema-direita ou perto disso, ganhassem, não seria a mesma coisa”, frisou.

Hoje, na Europa, “praticamente ninguém tem dúvida da importância deste projeto”, frisou, referindo que, “quer a pandemia, quer agora a guerra, mostram que é absolutamente vital que a Europa esteja unida e com este resultado em França unida continuará”, sublinhou.

De recordar que, na reta final da campanha, Macron recebeu um apoio de peso, com os primeiros-ministros de Portugal e Espanha e o chanceler alemão a apelarem à votação no governante francês, defendendo que a França deve permanecer do lado dos valores da Europa.

“A segunda volta das eleições presidenciais francesas não pode ser ‘business as usual’ para nós. A escolha que o povo francês enfrenta é crucial — para a França e para cada um de nós na Europa. É a escolha entre um candidato democrático, que acredita que a força da França cresce numa União Europeia poderosa e autónoma, e uma candidata de extrema-direita, que se coloca abertamente do lado daqueles que atacam a nossa liberdade e a nossa democracia — valores baseados nas ideias francesas do iluminismo”, defenderam, na quinta-feira, António Costa, Pedro Sanchez e Olaf Scholz, num artigo conjunto publicado em vários jornais europeus.

Em declarações à agência Lusa, na sexta-feira, Emmanuel Macron considerou que o apelo feito pelo primeiro-ministro português, António Costa, para votar nele na segunda volta das eleições foi “muito importante, a título individual e entre os dois países”.

“Quero agradecer ao meu amigo Costa, que foi formidável. O António foi adorável, e fiquei muito emocionado”, afirmou o também presidente francês em declarações à Lusa à chegada à cidade de Figeac, na região do Lot, no sudoeste de França, onde decorreu o último comício do candidato para a segunda volta das eleições presidenciais francesas.

As primeiras projeções de resultados da segunda volta das eleições presidenciais em França apontam para uma vitória de Emmanuel Macron, Presidente em exercício, centrista liberal, com cerca de 58% dos votos, contra Marine Le Pen, da extrema-direita.

Na primeira volta destas eleições, há duas semanas, Macron foi o mais votado, com aproximadamente 28%, e Le Pen ficou em segundo lugar, com cerca de 23%.

Macron foi eleito Presidente de França em 07 de maio de 2017 com cerca de 66% dos votos na segunda volta das presidenciais francesas, que disputou também com Marine Le Pen, e tomou posse uma semana depois.